Panorama internacional

Voo de migrantes do Reino Unido para Ruanda é suspenso no 'último minuto'

O primeiro voo do Reino Unido para levar imigrantes para Ruanda não decolou como programado nesta terça-feira (14).
Sputnik
A decolagem foi suspensa depois que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (ECHR, na sigla em inglês) emitiu liminares de última hora para impedir a deportação de alguns imigrantes a bordo para a África.
O plano do governo britânico de enviar imigrantes para o país é criticado por opositores, instituições de caridade e líderes religiosos, escreve a Reuters.
Eles afirmam que os planos de Londres são desumanos e submeteram a iniciativa do governo a uma série de desafios legais nos tribunais para impedir que as deportações se consumassem.
Nos últimos dias, pelo menos 30 indivíduos com previsão de embarcar no primeiro voo argumentaram com sucesso que não deveriam ser deportados para Ruanda por motivos de saúde ou relacionados aos direitos humanos.
Panorama internacional
Plano do Reino Unido de 'devolver' imigrantes para Ruanda é 'inseguro e irracional', dizem advogados
"Sempre disse que essa política não será fácil de cumprir e estou desapontada que a contestação legal e as reivindicações de última hora tenham impedido que o voo de hoje decolasse", disse a ministra do Interior, Priti Patel.

Ela disse que o governo não seria dissuadido e se prepararia para o próximo voo. "É muito surpreendente que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos tenha intervindo, apesar do sucesso anterior repetido em nossos tribunais domésticos", disse.

O Supremo Tribunal do Reino Unido deve fazer uma revisão judicial em julho para decidir sobre a legalidade do esquema.
Barcos de pesca franceses bloqueiam entrada do porto de Saint-Malo, no oeste da França, para bloquear fluxo de produtos para o Reino Unido, 26 de novembro de 2021. Foto de arquivo
O Reino Unido diz que o acordo fechado com Ruanda vai conter o fluxo de viagens perigosas pelo canal da Mancha e esmagar o modelo de negócios das redes de contrabando de pessoas.
O primeiro-ministro Boris Johnson disse que seu governo não seria desencorajado por críticas, "algumas delas de setores ligeiramente inesperados".
Questionado sobre a possibilidade de retirar o Reino Unido da Convenção Europeia de Direitos Humanos, ele disse: "É certamente o caso. Será necessário mudar algumas leis para nos ajudar à medida que avançamos? Poderá muito bem ser, e todas essas opções estão sob constante revisão".
Desumanizar adversários leva a massacre, diz especialista nos 27 anos do fim do genocídio em Ruanda
Comentar