Panorama internacional

Presidente do México condena política ocidental na Ucrânia e dispara: é imoral

Enviar armas para uma zona de guerra ativa é alimentar o conflito, uma atitude 'imoral', segundo o presidente mexicano.
Sputnik
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, criticou os países ocidentais por sua abordagem ao conflito na Ucrânia, sugerindo que remessas de armas estrangeiras só resultam em mais derramamento de sangue.
Na segunda-feira (13), em sua coletiva de imprensa diária, López Obrador abordou o conflito na Ucrânia. Embora não tenha identificado nenhum país, ele disse que aqueles que enviam armas para Kiev – uma política fortemente favorecida pelos Estados Unidos e pela maioria de seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – estão ajudando a acumular baixas de todos os lados.
"Como é fácil dizer: 'Lá mando tanto dinheiro para armas, eu forneço as armas e você fornece os mortos'. É imoral", disse ele, acrescentando: "A guerra na Ucrânia não poderia ter sido evitada? É claro. A política falhou e olhe para os danos que causa, a perda de vidas humanas."
O presidente não detalhou como as hostilidades poderiam ter sido evitadas, mas disse que "a mesma política não deve mais continuar", alegando que é conduzida pelas "elites" e não pelo "povo".
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Embora o México tenha declarado que não apoia a operação militar especial da Rússia, ele recusou-se a participar de uma onda de sanções ocidentais contra a economia russa e se absteve das transferências de armas para Kiev. Enquanto isso, López Obrador declarou no mês passado que seu país busca "permanecer neutro" em relação ao conflito, apesar da pressão de Washington, cujo embaixador no país, Ken Salazar, exortou anteriormente as autoridades mexicanas a "serem solidárias com a Ucrânia".
A OTAN continua seus esforços para armar a Ucrânia, com o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, dizendo esta semana que Kiev deve receber armas pesadas adicionais. Na terça-feira (14), o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que sediou uma reunião entre Stoltenberg e outros seis membros da aliança, apoiou essa posição, insistindo que "é crucial que a Rússia perca a guerra" e que o bloco militar liderado pelos EUA deve "permanecer unido".
"Como não podemos ter um confronto direto entre as tropas da OTAN e a Rússia, o que precisamos fazer é garantir que a Ucrânia possa lutar essa guerra, que tenha acesso a todo o armamento necessário", acrescentou Rutte.
Os EUA lideram o mundo em entregas de armas para a Ucrânia, fornecendo bilhões de dólares em armas pesadas e leves desde março, o que inclui peças de artilharia, sistemas de lançamento múltiplo de foguetes (MLRS, na sigla em inglês), drones, helicópteros, bem como mísseis antiblindagem e antiaéreos, entre outros equipamentos. Kiev continua a exigir assistência militar adicional. Na última segunda-feira (13), um assessor do presidente Vladimir Zelensky delineou uma longa lista de desejos, dentre os quais estão milhares de veículos blindados, 500 tanques, 1.000 obuseiros e uma série de outras armas.
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