A Agência de Defesa contra Mísseis dos Estados Unidos (MDA, na sigla em inglês) não tomou as medidas necessárias para reduzir riscos tecnológicos antes de desenvolver armas para abater misseis hipersônicos, disse o Escritório de Contabilidade do Governo (GAO, na sigla em inglês) em relatório nesta quinta-feira (16).
O GAO é um órgão de vigilância que realiza inspeções autorizadas pelo Congresso. A agência publicou um documento fazendo críticas aos atrasos do Pentágono e ao seu programa de mísseis.
Os esforços da MDA para lidar com ameaças hipersônicas incluem o Glide Phase Interceptor (GPI) e o Hypersonic and Ballistic Tracking Space Sensor (HBTSS). Segundo o GAO, ambos têm tecnologias que "apresentam riscos consideráveis", sendo que a MDA não tomou as medidas necessárias para reduzi-los.
A MDA, sustenta o relatório, não planeja obter uma avaliação de risco tecnológico independente para determinar a maturidade das tecnologias antes de prosseguir com o desenvolvimento do GPI, míssil projetado para abater uma arma hipersônica.
Com relação ao HBTSS, o GAO disse que a agência de defesa antimísseis não conseguiu coordenar efetivamente os esforços com a Agência de Desenvolvimento Espacial dos EUA e a Força Espacial, apesar de eles estarem centrados no desenvolvimento de sensores espaciais para rastrear armas hipersônicas.
No geral, afirma o GAO, "a MDA ficou aquém de suas metas de entregas e testes de ativos".
"Não foi realizado nenhum teste planejado de segurança cibernética no nível do sistema, o que deixou a agência sem conhecimento das vulnerabilidades do sistema e contribuiu para atrasos programáticos", afirma o documento.
Em março, em declaração ao Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA, o general Glen D. VanHerck, chefe do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, na sigla em inglês) e do Comando Norte dos Estados Unidos (Usnorthcom, na sigla em inglês), também fez um alerta aos parlamentares.
Segundo ele, o sistema de defesa antimísseis dos EUA não pode se defender, interceptar ou destruir quaisquer ataques dos veículos hipersônicos que a Rússia e a China estão desenvolvendo e implantando.