"Acho que não há mais espaço para manobra, porque tanto [o primeiro-ministro Boris] Johnson quanto a [secretária de Relações Exteriores Liz] Truss dizem abertamente que 'devemos' derrotar a Rússia, 'devemos' forçar a Rússia de joelhos. Vá, então, façam isso!", declarou Lavrov à mídia britânica.
Em relação a dois cidadãos do Reino Unido condenados à morte na República Popular de Donetsk (RPD), Lavrov disse que Londres deve recorrer a autoridades da RPD para tratar da questão, acrescentando que está certo de que a república tem um tribunal independente.
O ministro russo afirmou ainda que Moscou iniciou a operação militar especial porque "não tínhamos absolutamente nenhuma outra maneira de explicar ao Ocidente que arrastar a Ucrânia para a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] era um ato criminoso".
Questionado sobre como via a posição do Reino Unido neste momento, Lavrov disse que o governo estava "mais uma vez sacrificando os interesses de seu povo por ambições políticas".
A Rússia iniciou a operação especial, em 24 de fevereiro, com o objetivo de "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia, após pedido de ajuda da RPD e da República Popular de Lugansk (RPL) para combater ataques de tropas ucranianas.
Segundo o Ministério da Defesa russo, a missão tem como alvo apenas a infraestrutura militar da Ucrânia.
Além disso, as Forças Armadas da Rússia acusam militares ucranianos de usar "métodos terroristas" nos combates, como fazer civis de "escudo humano" e se alojar em construções não militares.