Desde o dia 6 de junho, o Boeing 747, de propriedade venezuelana e com uma tripulação contando com 14 venezuelanos e cinco iranianos, está retido na Argentina aguardando investigações para ser liberado. A aeronave carregava peças automotivas e a Justiça proibiu os 19 tripulantes deixarem o país, segundo o The Times of Israel.
Em um primeiro momento, o governo argentino achou que um dos tripulantes, nomeadamente Gholamreza Ghasemi, fazia parte da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês). Porém, na terça-feira (14), o ministro argentino de Segurança, Aníbal Fernández, alegou que apenas havia ocorrido uma coincidência de nomes: "São homônimos, nada mais".
Entretanto, ontem (17), o chefe do serviço de inteligência do Paraguai, Esteban Aquino, afirmou que Ghasemi é mesmo ligado à Força Quds iraniana. O IRGC é classificado como organização terrorista pelos Estado Unidos.
"O capitão Gholamreza Ghasemi não é um homônimo. É uma pessoa vinculada à Força Quds. Quando tivemos essa confirmação, alertamos nossos pares na região e outras partes do mundo", ressaltou o funcionário, que observou que o aviso "foi dado em tempo útil", afirmou Aquino citado pelo G1.
O avião, que esteve no Paraguai em maio, pertence à empresa Emtrasur – uma subsidiária da venezuelana Conviasa, que está sob sanções do Tesouro norte-americano – e foi comprado há um ano da companhia aérea iraniana Mahan Air.
De acordo com a mídia, a aeronave chegou à Argentina em 6 de junho, vindo do México. Sem poder abastecer com gasolina em Buenos Aires, tentou viajar para o Uruguai em 8 de junho, mas as autoridades uruguaias negaram a entrada.
Segundo o The Times of Israel, na quarta-feira (15), um relatório sem fontes citado pelo Canal 13 disse que os iranianos detidos planejavam realizar ataques a alvos israelenses e judeus na Argentina e viajaram para o país sul-americano para explorar alvos.