Com todas as cadeiras definidas, o Ensemble — que reúne La République En Marche (partido de Macron) e outras siglas — obteve 246 assentos.
O presidente francês ainda possui o maior bloco na Assembleia Nacional, mas, com o resultado de 2022, deverá enfrentar mais dificuldades em seu segundo mandato.
Para manter a maioria absoluta, a coalizão precisava de pelo menos 289 vagas na câmara baixa do parlamento. Nas eleições passadas, quando Macron foi eleito pela primeira vez, sua coalizão conquistou 361 cadeiras.
Na votação, depois do Ensemble, a Nupes, aliança de esquerda do ex-candidato à Presidência Jean-Luc Mélenchon, conquistou 142 cadeiras.
Em seguida, ficaram Rally Nacional, de Marine Le Pen, com 89 assentos, e LR-UDI, com 64.
As projeções já apontavam para a perda da maioria absoluta de Macron. As estimativas davam conta de que o bloco do governo teria entre 205 e 235 assentos.
"Esta situação constitui um risco para nosso país, dados os desafios que temos que enfrentar", disse a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, em um comunicado televisionado. "Trabalharemos a partir de amanhã para construir uma maioria de trabalho".
Segundo o jornal francês Le Monde, Macron agora poderá "enfrentar o risco de paralisia política". Já o jornal Le Figaro disse que os resultados revelam um "novo mandato natimorto".
Em seu segundo mandato, Macron tem a intenção de implementar um programa de cortes de impostos e uma reforma da previdência, com aumento da idade de aposentadoria para 65 anos.
Oposição francesa
A coalizão de esquerda, formada em maio após a divisão do campo político nas eleições presidenciais de abril, reúne socialistas, comunistas e verdes. Após a divulgação do resultado, Melenchon disse que a votação foi "acima de tudo um fracasso eleitoral" para Macron.
"A derrota do partido presidencial é total e não haverá maioria" no parlamento, declarou ele a apoiadores em Paris.
Um proeminente parlamentar do partido de Melenchon, Alexis Corbiere, afirmou que o resultado significa que o plano de Macron de aumentar a idade de aposentadoria do país "naufragou'".
Já a ex-candidata à Presidência Marine Le Pen, que disputou o segundo turno com Macron, comemorou o que considerou um "resultado histórico" para seu partido, ressaltando que a coalizão enviaria "de longe" seu maior número de parlamentares à próxima Assembleia Nacional.