Cachorros gigantes de uma espécie extinta até agora desconhecida foram descobertos na França, onde viveram há 12 milhões de anos, anunciaram em comunicado na quinta-feira (16) cientistas do Museu de História Natural de Basileia, Suíça.
Os pesquisadores analisaram um maxilar inferior nos depósitos marinhos de 12,8 milhões a 12 milhões de anos do local.
Após verificar uma morfologia única no quatro pré-molar, o animal carnívoro foi chamado Tartarocyon cazanavei, em homenagem a Tartalo, um pastor ciclope da mitologia basca, e Alain Cazanave, o proprietário das terras na área dos Pirineus em que as escavações ocorreram. O espécime pertence à família dos anficionídeos, ou cães-urso, como são comumente chamados, e foi encontrado em Sallespisse, no sul do país europeu.
Extinta há cerca de 7,5 milhões de anos, a família era ecologicamente diversa, mas todas as espécies demonstravam dietas típicas mesocarnívoras (consistindo de 50-70% de carne), eram onívoras e trituradoras de ossos.
A equipe de cientistas estimou no seu estudo, publicado na revista PeerJ, a massa do animal em cerca de 200 kg, tornando-o um dos maiores anficionídeos conhecidos na Europa. De acordo com a pesquisa, a descoberta do Tartarocyon cazanavei ilustra ainda mais a diversidade da família na Europa, tanto na massa corporal quanto nas dietas.
A equipe indica agora ter a oportunidade de realizar análises abrangentes da diversidade taxonômica e ecológica dos anficionídeos para compreender melhor o impacto dos fatores bióticos e abióticos na evolução desses animais.
Os anficionídeos viveram durante o Mioceno, variando no seu peso entre 9 e 600 kg. Eles eram predadores de sucesso e parentes distantes dos mamíferos carnívoros modernos.