A Rússia não tem nenhuma relação com os EUA neste momento e não se vê necessidade de as descongelar, segundo Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia (2008-2012) e vice-presidente do Conselho de Segurança do país.
"Não temos nenhumas relações agora com os EUA. Elas estão no ponto zero Kelvin. Nem há necessidade de descongelá-las hoje. Nem há igualmente necessidade de negociar com eles. Isso seria ruim para a Rússia", respondeu ele a uma pergunta da Sputnik.
"Deixe-os vir correndo ou rastejando eles mesmos para pedirem isso, e que apreciem isso como um favor especial. Caso contrário, parecia o seguinte: eles nos fazem puras grosserias, enquanto nós – por favor, recebam um acordo nuclear [...] É improdutivo, perigoso e seria visto como uma demonstração de fraqueza. Que eles avaliem esse diálogo a sério e o peçam em todas as ruas e becos", expressou.
14 de fevereiro 2022, 08:22
Sobre o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo START ou START III), que prevê que a Rússia e os EUA limitem seus estoques de ogivas nucleares, Medvedev também sugeriu não ser o momento mais oportuno de o discutir.
"Isso dependerá da decisão do presidente do país. Da minha parte, como alguém que esteve diretamente envolvido no START III e o assinou [como presidente da Rússia] em 2010, acho que o momento para novas negociações é o mais inoportuno", disse o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, acrescentando que em 2021 a situação em torno das conversações sobre um novo acordo ainda era diferente, mas "agora acabou-se: é zona morta".
O START III é o único mecanismo de controle de armas nucleares entre os EUA e a Rússia. O documento foi prorrogado por cinco anos, até 2026, no início da administração de Joe Biden. A Rússia e os EUA começaram negociações sobre as condições de um futuro tratado de limitação de armas nucleares, mas o diálogo foi interrompido após o início da operação militar especial russa na Ucrânia.