Após a Argentina, o Irã também manifestou interesse em ingressar no grupo das cinco principais economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh.
Ele acrescentou que uma série de consultas foi realizada no país sobre o tema e que embora o BRICS não seja um tratado ou um acordo internacional, ele tem se baseado em um "mecanismo muito criativo com aspectos amplos".
Segundo apuração da agência Tasnim, o porta-voz observou que os membros do BRICS representam 30% da produção bruta mundial e 40% da população do planeta.
Ele expressou a esperança de que a adesão do Irã ao BRICS resultaria em "valores agregados" para todos os lados.
Discursando em uma cúpula virtual do Fórum Empresarial do BRICS, que contou com a presença dos principais líderes do grupo na sexta-feira (24), o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, expressou a disposição do país em compartilhar suas vastas capacidades e potenciais para ajudar o BRICS a atingir seus objetivos.
Durante a XIV Cúpula do BRICS, na última quinta-feira (23), o presidente iraniano fez um discurso a convite do presidente chinês, Xi Jinping. Ele falou sobre pontos de vista do Irã a respeito de questões internacionais mais importantes e sobre a expansão da cooperação com outros países.
O presidente Raisi pediu aos membros do BRICS que fortalecessem essa plataforma global para a atuação efetiva de instituições multilaterais independentes para alcançar o desenvolvimento homogêneo e a paz mundial.
Segundo comunicado da agência estatal iraniana IRNA, o BRICS "tem potencial para criar uma nova estruturação para a economia e a política globais" e pode "desafiar a ordem mundial atual, já que a Europa e os Estados Unidos não têm presença no agrupamento".
"Se o Irã e outros países poderosos se juntarem ao agrupamento, podem ser ainda mais fortes e desafiar as políticas ocidentais", diz a publicação.
A estatal iraniana informou também que a posição geográfica única do Irã, assim como suas 'capacidades nas áreas de energia, trânsito e comércio", fizeram com que os membros do BRICS prestassem atenção especial no Irã como uma "rota de ouro" para conectar o Oriente ao Ocidente.
Vale lembrar que o Irã ingressou na Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) em dezembro do ano passado, e a adesão ao BRICS pode ser um impulso para a diplomacia econômica do Irã, que visa neutralizar as sanções ocidentais.