O Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) foi assinado em 2015 e reduziu as sanções contra Teerã em troca de concessões em relação ao plano nuclear do país, tendo sido uma conquista histórica da política externa do governo Obama, torpedeada em 2018 por Trump, que saiu do pacto e reimpôs duras sanções contra o Irã.
Com o presidente Biden expressando apoio ao retorno ao acordo, as negociações começaram em março, mas pararam em abril. No entanto, depois de uma visita surpresa a Teerã do chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, as negociações devem ser retomadas em Viena em questão de dias.
Isso causou um debate dentro dos círculos militares de Israel, resultando na divisão de opiniões.
O relato do Ynet menciona quatro oficiais militares israelenses que apoiam a restauração do JCPOA, inclusive o chefe da Direção de Inteligência Militar das Forças de Defesa de Israel (FDI), o major-general Aharon Aliva, e o general de brigada Tal Kelman, responsável pelas Relações com o Irã.
Enquanto os apoiadores do acordo continuam acreditando que o JCPOA está longe de ser ideal, eles preferem um mau negócio do que nenhum. Na opinião deles, o acordo lhes dará tempo para preparar uma resposta militar contra o Irã se Israel acreditar que Teerã está desenvolvendo armas nucleares.
A nível oficial, Israel se opõe ao acordo, argumentando que o Irã não é confiável e não cumprirá seus compromissos.
O serviço de inteligência israelense, Mossad, e seus altos oficiais ainda são contra o acordo. Segundo o relado do Ynet, a entidade acredita que as opiniões dissidentes foram divulgadas ao público em uma tentativa de influenciar o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid.
Os oficiais israelenses que apoiam o acordo supõem que o ministro da Defesa Benny Gantz está do lado deles. Recentemente, Gantz afirmou que apoia um acordo rigoroso. Ao responder ao relato, o ministro disse que seu posicionamento não mudou e que os debates sobre o acordo nuclear precisam permanecer a portas fechadas.
Israel tem tomado publicamente uma posição forte contra o Irã. No início deste mês, as FDI realizaram manobras aéreas sobre o mar Mediterrâneo, simulando um ataque a instalações nucleares iranianas.