Capturada em 30 de março de 2022, a imagem revela uma espécie de colcha de retalhos com ziguezagues brancos que irrompem através do solo marciano nas latitudes altas, com traços ocasionais de névoa preta e azul se espalhando entre eles. Os ziguezagues e as manchas coloridas são características da primavera marciana, quando reservatórios subterrâneos de gelo irrompem da superfície marciana seca.
A explicação foi dada por pesquisadores da Universidade do Arizona, que gerencia a missão HiRISE, em um comunicado divulgado na semana passada.
Bizarros "polígonos" aparecem na imagem da primavera de Marte
"Tanto a água quanto o gelo seco têm um papel importante na modelação da superfície de Marte nas latitudes altas", escrevem os pesquisadores, citados pelo portal Live Science. "O gelo d'água congelado sob a superfície divide o solo em polígonos."
As bordas desses polígonos ficam rachadas na primavera, à medida que o gelo da superfície se transforma de sólido em gasoso - um processo conhecido como sublimação. Quando essa transformação ocorre, as aberturas de gelo seco irrompem da superfície marciana, deixando depósitos escuros de partículas em forma de leque espalhados pelo solo, disseram os pesquisadores. Onde as partículas escuras voltam a se afundar no gelo seco na superfície, provocam marcas brilhantes (vistas como listras azul-esbranquiçadas na imagem acima) no chão.
Um único respiradouro de gelo pode abrir e fechar várias vezes, pulverizando partículas em diferentes direções através da superfície marciana, dependendo do vento. É por isso que algumas áreas mostram diferentes listras claras e escuras saindo de um único respiradouro. Tanto os "leques" quanto os polígonos podem permanecer por muitos anos, modelando lentamente a paisagem marciana à medida que o gelo se expande e se contrai sazonalmente.