"Surge uma questão de saber se os lituanos consultaram os seus aliados europeus na Europa Ocidental antes de tomar esta decisão. Acho que este é um caso potencial da aliança sendo atraída para uma armadilha, onde um membro geralmente menor e mais fraco consegue atrair seu aliado para um conflito que não corresponde aos seus interesses", ponderou Ashford.
Ela observou que a política lituana mostra que Vilnius é muito mais propensa à deterioração das relações com Moscou do que seus parceiros na França, Alemanha ou nos EUA.
A especialista também lamentou o desenrolar da situação atual em torno do enclave russo, recordando que antes das tensões a região desenvolvia ativamente as relações com seus vizinhos.
Na segunda-feira (27), Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e vice-presidente do Conselho de Segurança do país, afirmou que a resposta de Moscou à proibição do trânsito de mercadorias para a região de Kaliningrado será "muito dura" e "capaz de cortar oxigênio a vizinhos bálticos".
Vilnius começou a impor no sábado (18) uma proibição ao trânsito de mercadorias sujeitas a sanções da UE entre a Rússia continental e Kaliningrado.
A chancelaria russa informou na semana passada em um comunicado que Moscou se reserva o direito de agir para proteger os seus interesses se, em um futuro próximo, o trânsito de cargas não for retomado.
Kaliningrado tem uma população de cerca de um milhão de pessoas e é a base da Frota do Báltico da Rússia. Moscou foi obrigada a reforçar suas defesas áreas e de mísseis da região nos últimos anos devido às tensões com a OTAN e declarações do bloco de "tomar" o enclave russo.