As novas diretrizes versando sobre a China foram reveladas pela agência Bloomberg, citando fontes familiarizadas com o assunto.
A OTAN também destacará o aprofundamento da parceria da China com a Rússia, segundo informa a reportagem.
Intitulado "Conceito Estratégico", o documento delineará as prioridades dos membros da aliança para a próxima década. Ele deve ser assinado pelos líderes da OTAN durante o próximo encontro dos membros, em Madri, na Espanha, entre 28 e 30 de junho.
A versão anterior, de 2010, não mencionava a China e classificava a Rússia de parceira — designação que deve ser alterada nesta próxima edição.
A mudança dos termos já era prevista nos últimos dias, segundo informou um funcionário do alto escalão do governo dos EUA. De acordo com ele, aliados da OTAN revelariam novos compromissos de postura e de força para incrementar a aliança militar.
Ocidente e plano de contenção
Mais cedo, a China reagiu ao anúncio do G7 de um plano de US$ 600 bilhões (R$ 3,14 trilhões) para conter a influência da economia chinesa no Ocidente.
Denominada de Parceria para Infraestrutura e Investimento Globais (PGII, na sigla em inglês), a estratégia anunciada durante a última cúpula do G7, na Alemanha, pretende combater a iniciativa Um Cinturão, Uma Rota, programa de financiamento de infraestruturas mundial chinês.
Na semana passada, Pequim havia descrito tais iniciativas como uma "abordagem de jogo de soma zero" visando a China. Nesta segunda-feira (27), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, dobrou as críticas.
"A China sempre acolhe todas as iniciativas para promover a construção de infraestrutura global. Não achamos que haja esse problema de iniciativas semelhantes substituindo umas às outras", disse Zhao, segundo informações do South China Morning Post.
"Entretanto, nos opomos à promoção de cálculos geopolíticos sob a bandeira da construção de infraestrutura e palavras e ações que tentam difamar e caluniar a Iniciativa do Cinturão e Rota", afirmou.
Ele também criticou o governo Biden por sua incapacidade de atrair contribuições financeiras suficientes de seus parceiros do G7. "A comunidade internacional quer ver dinheiro real e projetos que realmente beneficiem as pessoas", afirmou o porta-voz.
O entendimento de Pequim é que Washington é o "verdadeiro criador das armadilhas da dívida", pois a "política monetária expansiva, a inovação financeira não regulamentada, as vendas maliciosas e outras ações dos Estados Unidos exacerbaram o fardo da dívida dos países em desenvolvimento".