O artigo examina os resultados das atividades que o Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do BRICS) está atingindo a fim de acelerar o crescimento econômico dos países do grupo. O estado brasileiro do Pará apresenta-se como o exemplo mais notável de como uma das regiões mais pobres do Brasil se converteu em uma área com uma infraestrutura modernizada.
O estado do Pará possui um dos portos mais movimentados do Brasil e uma vasta diversidade em riquezas minerais e agrícolas. No entanto, diz a publicação, durante décadas a população local tem lutado para poder aproveitar a abundância natural para seu próprio bem-estar.
"A falta de fundos para grandes projetos, como estradas ou linhas de transmissão, fez com que a integração do estado com os mercados no sul do país, bastante rico, fosse adiada. A população local tem acesso limitado a uma infraestrutura menor que lhes ajuda a ganhar dinheiro diretamente", diz o artigo.
Dos 26 estados da República Federativa do Brasil, o Pará é quinto em termos de PIB per capita, antes de tudo devido a uma escassez crónica de infraestrutura. Contudo, segundo a publicação, agora a situação está mudando. Em particular, em 2018 e 2021 o Novo Banco de Desenvolvimento concedeu empréstimos de mais de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão) para construir estradas, pontes, bem como instalações de saneamento e comunicação no Pará.
Promover o bem-estar dos povos sempre tem sido o objetivo principal da cooperação no âmbito do BRICS, afirma o autor do artigo.
"Promover o bem-estar dos povos sempre tem sido um dos rumos principais da cooperação do BRICS ao longo dos últimos 16 anos. Desde sua criação em 2015, o NBD [Novo Banco de Desenvolvimento] passou a ser uma parte essencial do mecanismo do BRICS destinado a promover o desenvolvimento conjunto, baseando-se na filosofia centrada no bem-estar das pessoas."
O NBD já aprovou mais de 80 projetos, incluindo de transportes, energia e outros tipos de infraestrutura, com um portfólio total de cerca de US$ 30 bilhões.
O apelo à abordagem centrada no bem-estar das pessoas do líder chinês Xi Jinping, pronunciado na cerimônia de abertura do Fórum Empresarial do BRICS, tem muito a ver com a chamada "xiconomia", em que tem sido baseado o desenvolvimento da própria China e de acordo com cujos princípios funcionam os programas de cooperação globais.
Em 2001, quando o economista britânico Jim O'Neill inventou o termo "BRIC" – o acrônimo para Brasil, Rússia, Índia e China – tratava-se de um aconselhamento sobre investimentos. Assim, o economista indicou as perspectivas promissoras das economias emergentes. Depois de a África do Sul aderir ao grupo em 2010, a associação passou a ser chamada de BRICS e a representar um quarto do PIB global, 18% do comércio global e 25% do investimento estrangeiro mundial.
Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante foto de família dos Líderes dos BRICS (foto de arquivo)
© Alan Santos / Palácio do Planalto / CCBY 2.0
A cooperação comercial entre os países do BRICS atingiu um progresso notável: em 2021, diz o artigo, o volume total de trocas comerciais alcançou quase US$ 8,55 trilhões (R$ 44,8 trilhões). Rosalia Varfalovskaya, uma pesquisadora da Academia de Ciências da Rússia, afirma que os membros do BRICS possuem amplos recursos humanos e um grande potencial econômico, além de ocuparem uma posição central na cadeia industrial global.
Para enfrentar os desafios da modernidade, no âmbito da agenda do BRICS para o ano de 2022 o grupo inaugurou um centro de pesquisa e desenvolvimento em linha. O objetivo dos cinco países do grupo é tornar as vacinas contra a COVID-19 mais acessíveis para os países em desenvolvimento.
Segundo o artigo, a lacuna na imunização é uma das preocupações mais sérias dos países do BRICS. Além das vacinas, o BRICS tem provido a partilha de outros "bens públicos", como a experiência e tecnologia de desenvolvimento, em particular para o Sul global, a fim de dar impulso ao desenvolvimento sustentável. A China, por exemplo, no âmbito da realização da "xiconomia", ajuda muitos países africanos, como Moçambique, a desenvolver uma agricultura moderna com o apoio do sistema de navegação por satélite BeiDou e equipamento não tripulado elaborados pela própria China.
"Em 2017, a China transformou oficialmente sua política de ajuda a outras nações no que ficou conhecido como 'BRICS Plus' construindo uma parceria mais abrangente com outros países em desenvolvimento e organizações, para fazer do BRICS uma plataforma mais influente para a cooperação Sul-Sul", afirma a publicação.
O presidente argentino Alberto Fernández expressou na sexta-feira (24), ao participar virtualmente da XIV Cúpula dos líderes do BRICS, a aspiração da Argentina a ser um "membro pleno" do bloco. Após a Argentina, o Irã também manifestou interesse em ingressar no grupo das cinco principais economias emergentes, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh.