A Suprema Corte dos Estados Unidos limitou a capacidade do governo federal de conter a emissão de gases do efeito estufa no país.
Segundo informações da Associated Press, em votação nesta quinta-feira (30), os juízes decidiram, por seis votos a três, que a Lei do Ar Limpo não concede autoridade à Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) para restringir as emissões de carbono produzidas por usinas americanas, que atualmente são responsáveis por 30% das emissões de dióxido de carbono em território americano. Segundo a decisão, cabe ao Congresso debater a questão das emissões de carbono.
A decisão é considerada mais uma vitória para a ala conservadora da Corte e vem na esteira da recente votação que reverteu o direito constitucional ao aborto no país. Ela também representa um golpe nos planos da gestão do presidente Joe Biden de combater a poluição nos EUA. O presidente americano pretende cortar pela metade, até o fim desta década, as emissões de gases de efeito estufa nos EUA. Ele também pretende tornar o setor de energia americano livre das emissões de carbono até 2035. Biden também vem liderando pressões internacionais para que outros países assumam compromissos para combater as mudanças climáticas.
Apesar disso, um relatório divulgado em maio pela Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) apontou a expectativa de um aumento de 3% nas emissões de carbono nos EUA.
O avanço de pautas conservadoras na Suprema Corte é fruto do aumento do número de juízes conservadores em sua composição, se tornando maioria na gestão de Donald Trump. Essa tendência, no entanto, tem deixado democratas e a opinião pública americana em alerta para o risco de retrocessos em pautas urgentes, como o combate às mudanças climáticas, e referentes a liberdades individuais, como a contracepção e o casamento homoafetivo.