O ministro maliano protestou contra os comentários do seu homólogo espanhol, José Manuel Albares, feitos durante a cúpula da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Madri.
Na ocasião, o chefe da diplomacia espanhola declarou que "não está descartada uma intervenção da OTAN no Mali, se for necessário".
De acordo com o portal El Confidencial, uma intervenção da aliança militar no Mali está totalmente descartada neste momento, embora a situação no país seja preocupante para as capitais do sul da Europa, segundo fontes diplomáticas.
A convocação do embaixador foi anunciada pelo próprio coronel Assimi Goita, que chefia a Junta Militar que governa o país após o último golpe de Estado, em maio de 2021.
O ministro das Relações Exteriores, Abdoulaye Diop, foi posteriormente à televisão pública do Mali para explicar o que foi discutido com Homero Gómez.
O ministro espanhol "deve lembrar que a atual instabilidade e a expansão do terrorismo no Sahel estão ligadas especialmente à intervenção da OTAN na Líbia [em 2011] e agora estamos pagando o preço e as consequências disso", disse Diop diante das câmeras.
Ele ressaltou que pediu "ao governo espanhol explicações e esclarecimentos sobre o ocorrido " e que "espera uma resposta imediata".
A Espanha nega que o embaixador tenha sido intimado para ser repreendido pelas palavras de Albares, e garante que ele foi para conversar sobre relações bilaterais.
Posteriormente, Honero Gómez disse que "a Espanha não solicitou durante a cimeira da OTAN ou em qualquer outro momento uma intervenção, missão ou qualquer tipo de ação no Mali".