"O Irã está sendo forçado a reduzir o preço de seu petróleo cru já barato ainda mais à medida que seu aliado de topo [Rússia] ganha uma posição maior no principal mercado chinês", escreve a Bloomberg.
Segundo a agência, a China se tornou um destino importante para o petróleo russo, enquanto Moscou está buscando manter exportações após o início da operação especial na Ucrânia. Essa reorientação levou a uma competição elevada com o Irã "em um dos poucos mercados restantes para suas entregas de petróleo cru, significativamente reduzidas pelas sanções dos EUA".
A Bloomberg nota que em maio a exportação do petróleo russo à China cresceu a um nível recorde, com a Rússia tendo ultrapassado a Arábia Saudita como o maior fornecedor ao maior importador do mundo.
Embora o Irã tenha cortado seus preços do petróleo para se manter competitivo no mercado chinês, ainda mantém fluxos de exportação robustos, provavelmente em parte devido ao aumento da demanda, já que a China alivia restrições relacionadas à COVID-19, nota a agência.
"A única competição entre barris iranianos e russos pode acabar sendo na China, o que funcionaria inteiramente em benefício de Pequim", constata Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights em Cingapura, à Bloomberg. "Também é provável que isso deixe os produtores do golfo [Pérsico] inquietos, vendo seus mercados valorizados tomados por petróleo com grande desconto", alertou.