Ciência e sociedade

China apresenta detalhes do projeto do maior radiotelescópio do mundo

A construção do maior conjunto de radiotelescópios circulares do mundo deverá ser concluída até o fim do ano, de acordo com o supervisor do projeto.
Sputnik
Uma das joias da ciência espacial chinesa, o Daocheng Solar Radio Telescope (DSRT) está sendo construído no alto do planalto tibetano e terá 313 pratos, cada um com 6 metros de diâmetro.
Segundo informações do South China Morning Post, ele será usado para estudar erupções solares perigosas conhecidas como ejeções de massa coronal, que acontecem quando o plasma magnetizado escapa da atmosfera superior do Sol e se propaga no espaço interplanetário.
Acredita-se que essas erupções tenham causado grandes tempestades geomagnéticas na Terra, incluindo o evento de Carrington, em 1859, quando as estações de telégrafo em toda a Europa e América do Norte falharam.
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As descobertas do DSRT serão compartilhadas com as do telescópio de cintilação interplanetária Mingantu (atualmente sendo montado nas pastagens da Mongólia) e colocarão a China, segundo os pesquisadores, na vanguarda da pesquisa espacial.
Há, entretanto, uma diferença fundamental em como funcionarão os dois radiotelescópios. O telescópio Mingantu visa monitorar o Sol de forma indireta, detectando como os sinais de rádio do espaço profundo são espalhados pelos ventos solares.
O DSRT, por sua vez, fará imagens diretas do Sol em ondas de rádio com uma faixa de frequência entre 150 e 450 megahertz (MHz).
"O DSRT será a maior matriz circular do mundo para imagens de rádio solar e permitirá uma observação mais precisa de ejeções de massa coronal", disse Wu Junwei, do Centro Nacional de Ciências Espaciais da China.
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Um algoritmo foi desenvolvido para otimizar a configuração da matriz, que quando testada em 16 das antenas, "funcionou bem", escreveram os cientistas envolvidos no projeto. Além da pesquisa, o observatório será aberto ao público e usado para divulgação científica.
O DSRT fará parte de um parque de astronomia e arqueologia avaliado em US$ 1,04 bilhão (R$ 5,35 bilhões). Ao anunciar o projeto, autoridades chinesas disseram que pretendiam torná-lo um destino turístico de classe mundial.
A região de Daocheng é conhecida por suas montanhas e lagos cobertos de neve, bem como pela cultura tibetana e por abrigar o aeroporto civil de maior altitude do mundo, a 4.411 metros.
Um novo observatório de raios cósmicos acaba de ser concluído na região. O sítio arqueológico de Piluo também foi descoberto recentemente em Daocheng e é considerado o local mais bem preservado da China desde o período Paleolítico.
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