Panorama internacional

Confisco de ativos da Rússia criará precedente perigoso, diz presidente da Suíça

Nesta terça-feira (5), o presidente da Suíça, Ignazio Cassis, afirmou que os planos de alguns países ocidentais de confiscar ativos internacionais da Rússia podem criar uma situação perigosa no futuro.
Sputnik
A declaração do presidente suíço ocorreu durante a Conferência de Recuperação da Ucrânia, em Lugano, na Suíça.

"Nós temos que dar muita atenção aos direitos fundamentais dos indivíduos, porque agora podemos tomar uma decisão, que é perfeita para a situação na Ucrânia, mas podemos criar a possibilidade de tomar a mesma decisão em várias outras possibilidades", disse o representante do Conselho Federal da Suíça, o órgão executivo do país.

A Suíça, que está sediando o encontro de doadores para a Ucrânia, entende que o direito à propriedade é inviolável, segundo Cassis. O presidente suíço salientou que a decisão de confiscar os ativos russos requer base legal que a União Europeia, o Reino Unido e o Canadá não têm.
O chanceler alemão, Olaf Scholz (à esquerda), aperta a mão do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky (à direita), enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, sorri, no Palácio Mariinsky em Kiev, Ucrânia, 16 de junho de 2022
Na segunda-feira (4), o premiê ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou que o custo de reconstrução da Ucrânia está estimado em US$ 750 bilhões (cerca de R$ 4 trilhões). Shmyhal disse ainda que até US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,9 trilhões) em ativos internacionais pertencentes à Rússia foram congelados, sendo que uma parte desses recursos já foi confiscada pelos governos nacionais.
O congelamento de reservas internacionais russas é parte das sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados a Moscou devido à operação militar na Ucrânia. Esse conjunto de medidas tornou a Rússia o país mais sancionado do mundo.
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