A sonda Cislunar Autonomous Positioning System Technology Operations and Navigation Experiment (CAPSTONE) "enfrentou problemas de comunicação enquanto estava em contato com a Deep Space Network", disse a porta-voz da NASA, Sarah Frazier, nesta terça-feira (5).
A sonda "perdida" testa uma abordagem orbital para o programa Artemis. Ela apresentou problema de comunicação um dia depois de deixar a órbita baixa da Terra, afirmou a agência espacial dos EUA.
O comunicado da NASA acrescenta que a equipe está "trabalhando para entender a causa e restabelecer o contato", acrescentando que eles têm "bons dados de trajetória" com base nos contatos anteriores da CAPSTONE com a rede.
Além disso, a sonda "tem combustível suficiente para atrasar a manobra inicial de correção da trajetória pós separação por vários dias", se necessário.
A sonda de US$ 32 milhões (R$ 172,3 milhões), que pesa cerca de 25 quilos, foi lançada da Nova Zelândia em 28 de junho. A missão parecia estar indo bem, até a CAPSTONE ser impulsionada da órbita da Terra para uma trajetória de transferência lunar balística.
O plano da NASA
A CAPSTONE foi lançada para servir como um desbravador para a planejada estação espacial lunar Gateway da NASA, testando uma órbita lunar incomum que é fundamental para o programa lunar Artemis da agência.
A sonda também foi projetada para medir o ambiente de radiação do espaço profundo e testar técnicas que um dia podem determinar a localização exata de uma espaçonave em órbita lunar sem depender de rastreamento baseado na Terra.
Finalmente, a CAPSTONE foi lançada em uma trajetória que a levará a mais de mais de três vezes a distância entre a Terra e a Lua, até chegar a um ponto em que possa deslizar para a "órbita de halo quase retilínea" (NRHO, na sigla em inglês), em torno dos polos da Lua.
A NRHO está localizada no ponto de equilíbrio preciso entre a Terra e as gravidades lunares e requer "energia mínima para manter" possíveis espaçonaves.
Essa proximidade da órbita com a superfície lunar também significa que uma espaçonave voando para a Lua precisará de menos combustível, tornando-a "uma área de preparação ideal para missões à Lua e além", de acordo com a agência espacial dos EUA.
A CAPSTONE deveria "demonstrar a confiabilidade de soluções inovadoras de navegação de nave para espaçonave, bem como recursos de comunicação com a Terra", conclui a NASA
Originalmente destinado a pousar uma tripulação humana na Lua até 2024, o programa Artemis foi adiado devido à falta de financiamento, embora a NASA busque apoio no Congresso e alguns parlamentares sustentem que os EUA devem chegar à Lua antes da China.