Panorama internacional

EUA devem refletir em como lidar com seus próprios problemas, diz Global Times

Em 4 de julho os Estados Unidos celebraram o seu 246º Dia da Independência. Nesse contexto, o artigo publicado no Global Times tenta analisar o estado da crise que o país norte-americano está atravessando nos dias de hoje.
Sputnik
O dia 4 de julho foi marcado pelas celebrações do Dia da Independência dos Estados Unidos, data em que as Treze Colônias declararam sua separação do Império Britânico e, desde então, considerada o dia nacional no país. Mesmo assim, nas vésperas do feriado, a mídia norte-americana estava cheia de notícias bastante controversas, tais como a morte do motorista negro Jayland Walker, baleado pela polícia por pelo menos 60 vezes, e o caso de uma vítima do estupro de dez anos, que teve que viajar de Ohio para Indiana para fazer um aborto.
O autor do artigo salienta que as histórias reveladas pela mídia "não devem existir em uma sociedade civilizada e desenvolvida", mas ainda existem, assinalando a crise que a sociedade americana está enfrentando hoje em dia.
O autor do artigo lembra o discurso do presidente norte-americano pronunciado há um ano, em que Joe Biden falou da "confiança", dizendo a América estava "se reunindo de novo". Contudo, passado um ano, indica a publicação, o que vemos hoje é uma América mais dividida, confundida e caótica.

"Os problemas profundos acumulados nos EUA por muito tempo chegaram a um ponto em que explodiram de forma massiva. Problemas como tiroteios, polarização política, a grande diferença entre ricos e pobres, conflitos raciais, políticas partidárias e direitos da mulher se tornaram mais alarmantes em meio à pandemia de COVID-19 e à grave inflação", especifica a publicação.

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Entre os aspetos que mais agravam a situação já bastante tensa na sociedade americana o autor enumera as últimas decisões da Suprema Corte norte-americana, que, segundo o Global Times, "abriram ainda mais as feridas sociais da violência armada e dos direitos da mulher ao aborto”, que são geralmente consideradas graves violações da liberdade e da democracia e um retrocesso dos direitos humanos e da civilização.

"Do lado de fora, os Estados Unidos agora parecem um gigante com falta de equilíbrio, que se pode desequilibrar em qualquer momento."

Outra questão que contribui ainda mais para a crise interna são as tentativas das autoridades norte-americanas de recuperar sua própria imagem de liderança. As recentes campanhas diplomáticas dos EUA, salienta o artigo, se estenderam por mais de 10.000 quilómetros desde a cúpula das Américas em Los Angeles até a cúpula do G7 na Alemanha e à cúpula da OTAN em Madri, Espanha.

"Embora o governo norte-americano esteja tentando seu melhor para demonstrar sua liderança no mundo, a principal questão para o mundo todo é se os EUA ainda possuem capacidade de se liderar a si mesmos."

O autor da publicação supõe que, para compensar as falhas internas nos últimos anos, a presidência norte-americana tem buscado transferir os riscos e conflitos para o estrangeiro, efetuando ataques contra outros países, incluindo a China, vendo isso como um "truque de magia" para "encobrir problemas internos" e "inspirar a lealdade social".
"Nos EUA, criticar a China se tornou 'politicamente correto', isso se tornou uma necessidade estratégica dos Estados Unidos. Mas foi provado inúmeras vezes que os EUA não podem 'transferir' seus próprios problemas. O que tem sido transferido é a energia limitada do círculo de tomada de decisões, que deveria ter se concentrado na solução de problemas internos dos Estados Unidos", diz o artigo.
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Para concluir, o autor enfatiza que, para pôr fim às políticas destrutivas de intervenção dos EUA nos assuntos internos dos países por todo o mundo, os americanos devem começar a lidar com seus próprios assuntos antes de mais nada.

"Neste Dia da Independência [dos Estados Unidos], aconselhamos sinceramente que os EUA lidem com seus próprios assuntos primeiramente e se importem menos com os assuntos dos outros. Neste caso, será melhor para os EUA e para todos."

O status e a influência dos Estados Unidos na arena internacional dependem das capacidades de governação doméstica, conclui a publicação. Uma má governação em casa, salienta-se, não é convincente para os norte-americanos e preocupa os seus aliados.

"Seria melhor se Washington usasse sua implacabilidade na contenção da China para lidar com os problemas internos. É também o ponto em que deve centrar seus esforços na política 'A América primeiro'."

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