"É claro que, se houvesse circunstâncias em que eu percebesse que o governo não poderá continuar [funcionando] e cumprir o mandato que nos foi dado, eu sairia", disse ele, citado pela emissora Sky News, no Parlamento britânico, nesta quarta-feira (6).
O primeiro-ministro aproveitou o momento para pedir a membros do governo que não renunciassem, após debandada de altos funcionários nesta semana. Mais de 20 funcionários do governo já renunciaram em protesto à liderança de Johnson.
"Exatamente quando os tempos estão difíceis, quando o país está enfrentando pressão econômica e orçamentária, quando a Europa está travando a maior guerra em 80 anos, agora se espera que o governo continue funcionando em vez de se dissolver", disse Johnson.
Segundo o chefe do governo, agora é necessário "continuar trabalhando e focar nas coisas que são importantes para a população".
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, fala em sessão na Câmara dos Comuns, em Londres, em 15 de junho de 2022. Foto de arquivo
© AFP 2023 / Mídia Associada
Poucas horas antes, deputados do Partido Conservador, o mesmo de Johnson, expressaram sua desconfiança em relação ao líder e propuseram aprovar nova moção de desconfiança. Mas o primeiro-ministro manteve sua intenção de preservar o cargo.
Há um mês, em 6 de junho, Johnson foi submetido a uma votação de moção, entre os parlamentares de seu partido, que definiria se ele deveria ou não ser substituído. Dos 359 conservadores no Parlamento britânico (de um total de 650 congressistas), 211 votaram a favor de Johnson e 148 votaram contra.
Porém, na terça-feira (5), a crise do governo se intensificou, após o ministro das Finanças, Rishi Sunak, e o secretário de Estado da Saúde, Sajid Javid, anunciarem o rompimento e a saída do governo.
Já nesta quarta-feira (6), outros 26 altos funcionários britânicos seguiram os colegas e deixaram seus cargos.
A confiança dos funcionários em Johnson se deteriorou após denúncias de assédio sexual contra o deputado Christopher Pincher, vice-líder da bancada conservadora.
Com a revelação do caso, Pincher renunciou ao cargo em 30 de junho, após ser nomeado em fevereiro por Johnson. Muitos parlamentares alegam que o primeiro-ministro já tinha conhecimento de incidentes semelhantes de Pincher no passado.