"É claro que esses eventos não foram organizados em um dia ou dez dias. Essas ações foram preparadas por anos por forças estrangeiras. Seu principal objetivo é invadir a integridade territorial do Uzbequistão e criar um conflito interétnico", disse Mirziyoyev.
Os protestos em Nukus, capital do Caracalpaquistão, ganharam força na última sexta-feira (1º), quando milhares de pessoas se reuniram perto do mercado central da cidade para exigir a libertação de um blogueiro local que convocou ato contra um pacote de emendas constitucionais anunciado pelo presidente uzbeque.
Os manifestantes acreditam que, se as emendas forem adotadas, o Caracalpaquistão poderia ser impedido de se separar do Uzbequistão. Os protestos escalaram no último fim de semana, deixando 18 pessoas mortas e 243 feridas.
Mirziyoyev anunciou o pacote de emendas no fim de 2021, sugerindo a realização de um referendo até dezembro deste ano.
O projeto preliminar contém mais de 200 emendas a 64 artigos da Constituição, incluindo uma cláusula que estende o mandato presidencial de cinco para sete anos, a abolição da pena de morte e a proibição de extradição de cidadãos uzbeques para países estrangeiros.
Na última segunda-feira (4), a câmara baixa do Uzbequistão votou pela extensão da discussão nacional de projetos de emendas à Constituição até 15 de julho e pela manutenção das cláusulas constitucionais sobre a autonomia do Caracalpaquistão, em linha com os apelos dos manifestantes.