Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, deixará o cargo hoje (7), segundo o canal Sky News, que citou uma fonte.
Quase ao mesmo tempo, Paul Brand, correspondente da emissora ITV, publicou um tweet, citando o governo em Downing Street, de que Johnson estava se demitindo, e que ele fará uma declaração sobre o assunto ainda hoje.
O Sky News acrescentou que o novo líder do Partido Conservador deve ser nomeado até outubro. Após falar com Graham Brady, diretor do Comitê dos Membros Privados do Partido Conservador, Johnson concordou com a renúncia, mas pediu para permanecer como premiê até o novo líder do Partido Conservador ser nomeado, escreve o jornal Evening Standard.
Nadhim Zahawi, recém-nomeado chanceler do Tesouro do Reino Unido, instou Boris Johnson a renunciar ainda nesta quinta-feira (7).
Primeiro-ministro: isto é insustentável e só vai piorar: para você, para o Partido Conservador, e o mais importante de tudo, para o país. Você deve fazer a coisa certa e ir agora.
Já Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista britânico, elogiou a ação, mas a criticou por não ter ocorrido mais cedo. Para Starmer, o Partido Conservador tem estado no poder durante muito tempo e trouxe "12 anos de estagnação econômica, 12 anos de serviços públicos em declínio, 12 anos de promessas vazias", sendo necessária "uma verdadeira mudança de governo".
Valentina Matvienko, presidente do Conselho da Federação da Rússia, crê que a demissão de Johnson é inevitável.
"Se a demissão de Johnson acontecer, penso que não há outra saída para este nível de desconfiança de seus próprios cidadãos e dos colegas de gabinete, embora ele esteja aguentando até o último momento. Seu principal argumento é que ele não pode renunciar porque há uma guerra na Ucrânia, não tem mais nada a que se agarrar. Ele receberá uma avaliação adequada, mas a decisão será tomada pelo Parlamento do Reino Unido. Veremos como as coisas evoluem", comentou Matvienko aos jornalistas.
Michelle Donelan, recém-nomeada secretária de Estado do Reino Unido, também anunciou sua demissão no Twitter.
"Com grande tristeza devo demitir-me do governo", escreveu.
Pelo menos 53 funcionários deixaram o governo do Reino Unido desde a terça-feira (5), com muitos exigindo a renúncia do primeiro-ministro.
O ainda primeiro-ministro britânico foi submetido na quarta-feira (6) a uma moção de desconfiança, na qual recebeu 211 votos a favor, e 148 contra, só do Partido Conservador, o que foi suficiente para se manter no cargo.
No entanto, ele tem sido altamente criticado por escândalos de festas em meio aos lockdowns no Reino Unido em 2020 e 2021, por ter encerrado o governo durante cinco meses de forma a assegurar a realização do Brexit, um ato que foi mais tarde determinado como ilegal pelo Supremo Tribunal britânico, e outras controvérsias políticas antes e depois de se tornar primeiro-ministro.