Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido desde 2019, disse na quinta-feira (7) que criou um novo gabinete em meio aos relatos da mídia de que deixaria seu cargo.
Ele também explicou que continuará sendo premiê até seu sucessor ser nomeado e exortou a iniciar imediatamente o processo de escolha do novo líder do partido.
"Agora está claro que o Partido Conservador quer [nomear] um novo líder do partido e, dessa forma, escolher um novo primeiro-ministro. Eu concordei com o senhor Graham Brady que [...] o processo de escolha do novo líder do Partido Conservador deve começar agora", falou ele em um discurso ao Reino Unido, transmitido pelo canal Sky News.
Johnson também sublinhou que o Reino Unido seguirá apoiando a Ucrânia em meio à operação militar especial da Rússia.
"Permitam-me falar aos moradores da Ucrânia que eu sei que no Reino Unido seguiremos apoiando vossa luta pela liberdade por tanto tempo quanto for preciso", prometeu.
Liz Truss, ministra das Relações Exteriores britânicas, chamou de correta a decisão de Boris Johnson.
O premiê tomou a decisão correta. O governo sob a liderança de Boris teve muitos feitos – conseguindo o Brexit, vacinas e defesa da Ucrânia. Nós precisamos de calma e unidade agora para continuar governando enquanto um novo líder é encontrado.
Enquanto isso, Graham Brady, diretor do Comitê dos Membros Privados do Partido Conservador, afirmou não ter concordado em deixar o atual líder britânico no cargo de primeiro-ministro até outubro, escreveu nesta quinta-feira (7) o jornal The Telegraph.
Segundo um relato anterior de hoje do jornal Evening Standard, Johnson acertou a renúncia com Brady e lhe pediu para permanecer como premiê até outubro.
Comentando a iminente saída do alto responsável britânico, Vyacheslav Volodin, presidente da Duma da Rússia, a câmara alta do parlamento do país, o chamou de "palhaço" e "patrono" de Vladimir Zelensky.
"O palhaço está saindo [...] O amigo próximo e patrono de Zelensky, Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, é forçado a deixar seu posto. Ele não conseguiu sobreviver, apesar de todos os seus esforços e empenho", escreveu Volodin no seu canal no Telegram.
"Boris Johnson está por trás do bombardeio de nossas cidades pacíficas, Belgorod, Kursk. Os súditos britânicos deveriam saber disso", acrescentou Volodin.
De acordo com o presidente da Duma russa, Johnson é "um dos principais ideólogos da guerra contra a Rússia até o último ucraniano".
"Os líderes dos países europeus devem pensar ao que leva tal política."