A conferência foi a primeira de seu tipo e, conforme relata a agência KCNA, visou "realizar a consolidação organizacional e ideológica dos círculos do partido em todos os sentidos" e reforçar o papel de liderança da sigla.
O evento se concentrou na revisão das seções do chamado Guia da Vida do Partido (PLG, na sigla em inglês), isto é, organizações poderosas que monitoram e policiam a lealdade dos funcionários e partidários em todo o país.
De acordo com o relatório de 2019 feito pelo Comitê para Direitos Humanos na Coreia do Norte norte-americano (HRNK, na sigla em inglês), a orientação da vida do partido é "indiscutivelmente a função mais crítica" do Partido dos Trabalhadores que governa a nação norte-coreana.
Sendo parte do Departamento de Organização e Orientação, o PLG monitora padrões e costumes do comportamento individual, particularmente os que possam prejudicar os interesses do líder supremo, segundo o relatório do HRNK.
Suas técnicas incluem sessões regulares de autocrítica, onde os participantes são obrigados a confessar seus erros e enfrentar acusações de outros partidários. A entidade é responsável também por transmitir orientação de líderes sêniores e por selecionar quais candidatos podem concorrer nas eleições.
Em mensagem no evento, Kim chamou o Guia da Vida do Partido de "vaso sanguíneo e glândula neural" que vincula firmemente as organizações partidárias com o comitê central e o principal eixo de implementação das ideias e políticas do partido, de acordo com a KCNA.
Kim Jong-un tem realizado cada vez mais eventos destinados a fortalecer o controle no país, que ele governa desde 2011. Especialistas disseram que os esforços contra a pandemia da COVID-19 ajudaram ainda mais seu governo a impor novos controles sobre a economia, viagens, mídia e outros elementos da sociedade.
De acordo com investigadores de direitos humanos, relata a Reuters, a Coreia do Norte realizou assassinatos extrajudiciais, desaparecimentos forçados, tortura, prisões arbitrárias, violência sexual e trabalho forçado. Porém, Pyongyang nega ter maltratado os seus cidadãos.