Panorama internacional

OTAN árabe? EUA e Israel estariam discutindo aliança anti-iraniana com países do Oriente Médio

Washington e Tel Aviv querem criar um bloco militar aliado entre os EUA, Israel e vários países do Oriente Médio com compartilhamento de tecnologias e comunicações, escreve a Reuters.
Sputnik
Os EUA e Israel estão criando as bases para formar uma aliança de segurança com Estados árabes para combater drones do Irã e ataques de mísseis, informou nesta quinta-feira (7) a agência britânica Reuters.
O programa pode incluir a participação de Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Kuwait e Omã e usaria tecnologia de Israel e bases militares dos EUA, relataram as fontes citadas.
Um funcionário israelense contou à Reuters que os países parceiros estavam sincronizando seus respetivos sistemas de defesa antiaérea através de comunicação eletrônica remota, em vez de compartilhar as instalações físicas. O plano seria a construção de radares, detectores e interceptadores nos Estados-membros, que detectariam as ameaças aéreas antes de cruzarem seus espaços aéreos, e o aviso aos parceiros sobre elas.
"Em um mundo ideal para Israel, uma aliança levaria à venda de mísseis de defesa ao Golfo [Pérsico], incluindo seus sistemas da Cúpula de Ferro e Estilingue de Davi que poderiam trabalhar com as baterias de mísseis Patriot dos EUA há muito usadas pelos Estados do Golfo", dizem os especialistas citados pela agência.
Apesar de as discussões ainda estarem no princípio, Benny Gantz, ministro da Defesa israelense, afirmou que o esquema já preveniu ataques iranianos.
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No entanto, vários países árabes têm se recusado a fazer o acordo com Israel, particularmente o Iraque, que em maio aprovou uma lei que criminaliza a normalização das relações bilaterais. O país nunca reconheceu o Estado de Israel desde seu surgimento em 1948.
Ao foco anti-iraniano também resistem a Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos e Kuwait, com a primeira exigindo um Estado palestino soberano com capital em Jerusalém Oriental. Devido a isso, os funcionários dos EUA citados pela mídia creem que uma normalização das relações israelo-sauditas ainda está longe.
De acordo com a Reuters, a ideia poderá ser mais amplamente discutida durante a turnê de Joe Biden, presidente dos EUA, em Israel, territórios palestinos e Arábia Saudita.
As tensões têm continuado no Oriente Médio em meio às discussões, até agora falhas, sobre o programa nuclear do Irã e aos ataques efetuados por grupos supostamente apoiados por Teerã, além dos incidentes de assassinato de cientistas e militares iranianos no país persa.
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