Um relatório divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos concluiu que militares ucranianos tiveram uma grande parcela de culpa pelo ataque a um asilo ocorrido em 11 de março, na vila de Stara Krasnyanka, localizada em Lugansk, a 580 quilômetros ao sudeste de Kiev.
O episódio ocorreu na segunda semana da operação especial da Rússia da Ucrânia, e envolveu um confronto entre forças de ambos os lados, com uma troca de tiros, seguida de incêndio dentro do asilo, que abrigava 71 idosos. Estima-se que pelo menos 50 idosos morreram em meio ao fogo cruzado.
Na ocasião, a Ucrânia acusou a Rússia de promover uma matança "cínica e deliberada" contra civis. Porém, segundo concluiu o relatório, o que o governo ucraniano omitiu é que soldados ucranianos haviam tomado posições dentro do asilo, dias antes do ataque, fazendo do local um alvo.
Os soldados ucranianos ocuparam o asilo porque ele fica em uma zona estratégica, em cima de uma colina e próximo a uma estrada importante para o deslocamento de tropas. Dias antes do confronto, o diretor da instituição pediu repetidas vezes que os residentes do asilo fossem retirados para um lugar seguro, mas a evacuação se tornou impossível porque os soldados ucranianos minaram o entorno do prédio, deixando os idosos restritos ao local. Forças russas se aproximaram no asilo em 7 de março, e o confronto entre as partes durou até 11 de março. No último dia de embate, um incêndio tomou o prédio, enquanto soldados ucranianos se retiravam.
"Um incêndio começou e se espalhar pela casa de repouso, enquanto os combates continuavam", diz o relatório. De acordo com a ONU, alguns pacientes e funcionários conseguiram fugir para uma floresta próxima, onde foram acolhidos por soldados russos que providenciaram assistência.
O relatório da ONU é mais um exemplo da narrativa distorcida do lado ucraniano sobre os confrontos e mortes de civis. De acordo com a Associated Press, manter a narrativa de que a Rússia é autora de ataques indiscriminados é importante para Ucrânia, pois garante o fluxo de bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária fornecida pelo Ocidente.
O relatório da ONU não afirma que a Rússia ou a Ucrânia cometeram crime de guerra no episódio, mas alerta para o uso em potencial de “escudos humanos” para impedir avanços militares em algumas regiões.