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Parlamentar da UE: plano climático do bloco é inviável se sanções antirrussas não forem suspensas

O controverso plano de transição verde da União Europeia, conhecido como "Fit for 55" — projetado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa do bloco em 55% até 2030 —, é inviável, a menos que as sanções contra a Rússia sejam suspensas, disse à Sputnik o parlamentar da UE Roman Haider, do Partido da Liberdade da Áustria.
Sputnik

"Eles não sabem como salvar sua irrealista e perigosa estratégia sem cancelar as sanções contra a Rússia", disse Haider.

Na quarta-feira (6), o Parlamento Europeu aprovou regulamentos que designam a energia nuclear e a gás como atividades econômicas ambientalmente sustentáveis, indicando que o investimento privado em projetos nos segmentos pode desempenhar um papel no processo de transição verde.
Para Haider, a decisão do Parlamento Europeu sinaliza que os governos europeus estão enfrentando uma dura realidade, reconhecendo que são necessários mais tempo e metas mais realistas para transformar a infraestrutura energética na Europa.
Segundo ele, o Partido da Liberdade da Áustria vem alertando sobre graves consequências para a economia europeia e austríaca se o plano for totalmente implementado.

"Este pacote é uma enorme ameaça para as empresas na Europa. Torna a Europa ainda mais dependente das importações e aumenta ainda mais a espiral dos preços. Destrói empregos, promove o empobrecimento dos europeus e é extremamente prejudicial para o ambiente. Em suma, o 'Fit for 55' é uma séria ameaça para a Europa", disse Haider.

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O parlamentar europeu ressaltou que, para alcançar a neutralidade de carbono até 2040 e cumprir as metas do acordo climático de Paris, a Áustria teria que cortar as emissões em 95% nos próximos 18 anos. Segundo ele, um estudo recente mostra que as emissões de CO² do país em 2021 atingiram os níveis de 1990.
Ao mesmo tempo, a realidade da atual volatilidade do mercado de energia forçou alguns países da UE, incluindo a Áustria, a considerar a retomada do uso de carvão, o combustível fóssil mais poluente, acrescentou Haider.
Recentemente, a estatal austríaca Verbund AG foi obrigada a preparar a usina de energia movida a carvão Mellach para operação de emergência. A situação ocorre apenas dois anos após a Áustria se tornar o segundo país europeu a eliminar completamente o carvão de seu sistema de produção de energia.
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