De acordo com o estudo, publicado na revista Frontiers in Astronomy and Space Sciences, os especialistas mostraram que a química ocorrida no espaço interestelar é capaz de criar de forma eficiente múltiplas nitrilas, que são os principais precursores moleculares do cenário "Mundo de RNA". Nele o RNA poderia ter tido um papel metabólico e genético na origem da vida.
Desta forma, a descoberta sugere que as nitrilas e outros blocos de construção da vida não precisam necessariamente ter surgido na própria Terra, podendo ter se originado no espaço e "pegado uma carona" dentro de meteoritos e cometas durante bombardeio pesado, entre 4,1 bilhões e 3,8 bilhões de anos atrás.
Já a origem destas moléculas provavelmente são as nuvens moleculares, que são regiões densas e frias do meio interestelar adequadas para a formação de moléculas complexas.
"O conteúdo químico da G+0.693-0.027 é semelhante ao de outras regiões de formação de estrelas em nossa galáxia, e também ao de objetos do Sistema Solar como cometas [...] podendo nos fornecer informações importantes sobre os ingredientes químicos disponíveis na nebulosa que originou o nosso sistema planetário", explicou Víctor M. Rivilla, pesquisador do Centro de Astrobiologia do Conselho Superior de Pesquisa Científica (CSIC, na sigla em espanhol) da Espanha e do Instituto Nacional de Tecnologia Aeroespacial (INTA) em Madri.
Este cenário aponta que a vida na Terra foi originariamente baseada apenas em RNA, e o DNA e as enzimas proteicas evoluíram posteriormente.