O presidente dos EUA, Joe Biden, e seu colega chinês, Xi Jinping, devem falar novamente nas próximas semanas, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, neste domingo (10), de acordo com a Bloomberg.
Blinken esteve com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, para ajudar a reestabelecer os canais de comunicação entre os líderes, uma vez que os EUA tem concentrado seus esforços em "isolar" a Rússia e "conter" a China.
"Com relação ao presidente Xi e ao presidente Biden, nossa expectativa é que eles tenham a oportunidade de falar nas próximas semanas", disse Blinken a repórteres durante uma parada em Bangkok, Tailândia.
Com o alegado apoio diplomático de Pequim à operação militar especial de Moscou na Ucrânia para o Ocidente, os EUA intensificaram as críticas à China e paradoxalmente alimentam um "esforço de guerra" junto aos seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no país, sem demonstrar o devido interesse em saídas diplomáticas para o conflito, o que tem contribuído para o aumento da inflação em todo o mundo e a intensificação das crises de abastecimento de alimentos e energia, em função das sanções ocidentais.
Junto a este cenário de crise, Washington e Pequim vivem uma guerra comercial herdada da gestão Trump, algo que a Casa Branca considera reverter revendo algumas tarifas punitivas impostas à China, mas Biden disse, na sexta-feira (8), que uma revisão estava em andamento e que ele ainda não havia tomado uma decisão.
Na tentativa de reestabelecer o diálogo entre os países, Blinken disse a Wang que os EUA veem o relacionamento com a China como amplamente competitivo e descreveu o que essa competição significa sob a ótica norte-americana. Wang, no entanto, compartilhou seus pensamentos sobre o discurso de Blinken no final de maio (26), no qual o secretário afirma que "a visão de Pequim [sobre a Ordem Mundial] nos afastaria dos valores universais que têm sustentado o progresso mundial nos últimos 75 anos".
A chancelaria chinesa aproveitou para reafirmar compromissos anteriores e alertou os EUA contra o apoio à independência de Taiwan, aconselhando o país a não formar "grupos exclusivos" contra a China, dizendo ainda que Washington não deveria se intrometer nos assuntos internos da China, incluindo Hong Kong e Xinjiang.