"Na verdade, nós não acreditamos no 6 de janeiro. Não acreditamos no 6 de janeiro pela própria natureza da nossa política e do nosso eleitorado. Nós temos uma prática conhecida no Brasil, de eleições anteriores, que nos acostumamos a chamar vulgarmente de terceiro turno. Tivemos o terceiro turno com Aécio e com Dilma e em muitos governos estaduais. E é aquela disputa da via judicial", apontou Aras, nesta segunda-feira (11), a jornalistas.
"Olha, se fôssemos acreditar em tudo que se diz na imprensa — não só brasileira, mas também estrangeira — acerca de algum candidato, eu acho que a política se desnaturaria. Nós aqui trabalhamos com o discurso jurídico, com a linguagem jurídica. E essa linguagem jurídica só provoca uma reação jurídica quando ela ultrapassa os limites da retórica. Essa retórica política, seja do governo, seja da oposição, sofre um filtro. Esse filtro é feito através da Constituição brasileira", declarou.
'Qualquer sistema eletrônico exige aprimoramento'
"Minha opinião é que todo e qualquer sistema eletrônico exige aprimoramento. Não se trata aqui de admitir, jamais, voltar ao voto impresso, ao voto no papel. Seria o maior retrocesso para uma geração como a minha, que via e conhecia as fraudes. Eu diria que aquelas fraudes acabaram. Mas nada impede que busquemos um aprimoramento, que pode ser feito com o simples acréscimo de uma impressora, como se fosse uma maquininha de cartão de crédito", apontou.
"O que defendemos não é que haja fraude. Não aceitamos alegação de fraude, porque temos visto o sucesso da urna eletrônica ao longo dos anos, especialmente no que toca à lisura dos pleitos, mas todo e qualquer sistema pode garantir segurança jurídica e factual maior. Então não concordamos com eventual campanha contra um sistema de votação das urnas eletrônicas, mas defendemos para o futuro que haja evolução no sentido de que tenhamos meios de alcançar uma verificação extraordinária, em havendo motivo para que se duvide da autenticidade do resultado", afirmou Aras.