Para Lin Boqiang, que é reitor do Instituto de Pesquisa em Política Energética da China, o objetivo do Ocidente é tentar atingir as receitas energéticas da Rússia com o menor custo para si.
"No entanto, o efeito das restrições do preço pode não ser tão positivo quanto o esperado pelos EUA", ponderou Boqiang.
O acadêmico observa que não deve ser excluído que, em resposta, Moscou possa reduzir a produção de petróleo. De acordo com a empresa de serviços financeiros norte-americana JPMorgan Chase, Rússia pode reduzir a produção de petróleo em cinco milhões de barris por dia sem prejudicar seriamente sua própria economia.
"Como resultado, não apenas os EUA e a Europa terão que lidar com um possível aumento nos preços de petróleo, mas uma escalada de guerra energética entre a Rússia e o Ocidente pode levar a mudanças drásticas na estrutura do fornecimento global de energia", adverte o reitor.
Além disso, o aumento dos preços do petróleo em tal cenário agravaria inevitavelmente a situação da economia mundial, que já está pressionada pela enorme inflação.
"Este teto de preços vai perturbar ainda mais a cadeia global de fornecimento de energia e provocará extrema volatilidade dos futuros preços da energia", adverte o especialista chinês.
Por fim, Boqiang afirma que será difícil para a Europa encontrar a curto prazo alternativas ao petróleo russo. Anteriormente, informou-se que Washington e parceiros pretendem reduzir o preço máximo do petróleo vendido pela Rússia.