"Claro que recebemos armas e apoio militar, mas não é suficiente [...]. É um sinal claro de que a União Europeia e o mundo se cansaram um pouco da Ucrânia. Entendo que estão sofrendo com os preços do gás e petróleo", afirmou Marchenko, em uma entrevista ao jornal italiano Corriere dela Sera.
Às vésperas, a edição, referindo-se a suas fontes em Kiev e Bruxelas, escreveu que a Alemanha estava adiando a aprovação do pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 9 bilhões de euros (48 bilhões de reais), ao se manifestar contra o fato de a Europa pretender financiá-lo por conta da dívida comum europeia.
"A União Europeia aprovou a ajuda financeira no valor de 9 bilhões de euros, mas o que estamos vendo agora? Talvez, só um bilhão neste mês. Depois pode seguir uma pausa: não há consenso entre os governos da UE", afirmou o ministro das Finanças ucraniano.
"Certos governos não estão prontos para apoiar a Ucrânia com tal quantia", disse Marchenko ao responder à pergunta se a Alemanha estava bloqueando a aprovação do pacote de ajuda a Kiev. O ministro ucraniano supõe que nos primeiros meses da operação militar russa a Europa "era unida", mas "agora testemunhamos diferentes visões sobre as formas de apoiar a Ucrânia".
Segundo Sergei Marchenko, a Ucrânia precisa de cinco bilhões de euros (27 bilhões de reais), e em julho o país espera receber mais de quatro bilhões de euros, mas neste processo tudo "depende da burocracia europeia".
"Nossos parceiros esperam que nós mostremos detalhadamente como gastamos o dinheiro deles. Não se pode ser gasto para fins militares, apenas em programas sociais e humanitários", disse Marchenko.