Diante do caso do assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo Aloizio de Arruda, na madrugada de domingo (10) em Foz de Iguaçu (PR), feito por um apoiador do governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, autor dos disparos, também foi alvo de agressões.
Segundo Bolsonaro, se Guaranho, que está internado, não resistir aos ferimentos, "esses petistas vão responder por homicídio", relata a mídia.
Os relatos de testemunhas apontam, entretanto, que Guaranho passou na festa gritando "aqui é Bolsonaro" e teria prometido voltar, o que veio a acontecer. Câmeras de segurança mostram ele invadindo a festa e atirando contra Arruda.
"Nada justifica a troca de tiros, mas lá fora [...]. Está sendo concluída a investigação pela Polícia Civil do Paraná, talvez concluam hoje [12], para a gente ver que teve um problema lá fora, onde o cara que morreu, que estava lá na festa, jogou uma pedra no vidro daquele cara que estava que estava no carro pro lado de fora. Depois ele voltou e começou aquele tiroteio lá onde morreu o aniversariante", afirmou o mandatário sem explicar como teve acesso a essas informações.
Ainda falando sobre o caso, Bolsonaro disse que nada justificava a troca de tiros, mas comentou que pessoas presentes na festa chutaram o policial após ele ser atingido.
"O outro foi ferido, ficou caído no chão e daí o pessoal da festa encheu a cara dele de chute. A violência, né? [Para] Os petistas, era a violência do bem, chute na cara de quem está caído no chão. Para quem não sabe direito tudo que aconteceu, as imagens demonstram os atos de violência lá dentro do recinto. Se esse cara morre de traumatismo craniano e não por causa do ferimento à bala, esses petistas vão responder por homicídio", afirmou.
Marcelo Arruda comemorava o aniversário de 50 anos quando foi morto por policial bolsonarista
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De acordo com a mídia, em depoimento à Polícia Civil, a mãe de Guaranho confirmou o relato de que seu filho ouvia uma música relacionada ao presidente Bolsonaro. Isso, apontam testemunhas, pode ter motivado a discussão entre eles e que terminou com a morte de Arruda, uma vez que o tesoureiro pediu para que o policial se retirasse do local de sua festa e os dois tiveram uma breve discussão.
Até o momento, o que é relatado é que Garanho volta do carro, entra na festa, diz "aqui é Bolsonaro!" e atira em Arruda, ao mesmo tempo que ameaçou participantes da festa, segundo testemunhas.
Segundo a delegada Iane Cardoso, há um vídeo que mostra essa interação entre eles, mas o conteúdo do que foi dito ainda será apurado a partir dos depoimentos de outras testemunhas. Cardoso também citou que seriam identificados os participantes do aniversário que aparecem nas imagens chutando o assassino de Marcelo Arruda.