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Empresário alemão: proibição à importação de gás seria 'ataque cardíaco' à economia da Alemanha

O presidente da Associação da Indústria Química da Alemanha vê um efeito extremamente negativo na produção do país caso o fornecimento de gás ao país cesse.
Sputnik
Um embargo total à importação de gás poderia provocar "um ataque cardíaco" na economia alemã, disse Christian Kullmann, presidente da Associação da Indústria Química da Alemanha, em entrevista ao jornal Suddeutsche Zeitung, publicada na segunda-feira (11).
Além do mais, Kullmann, que também é CEO da empresa química Evonik, advertiu que "este país para sem a química, pois os produtos químicos são necessários para 90% de todos os processos de produção".
"No caso de um embargo total de gás, tenho medo de um ataque cardíaco à economia alemã, também à nossa indústria", resumiu ele.
A possível falta de gás é de particular preocupação nas indústrias química e farmacêutica, onde é utilizado como fonte de energia e matéria-prima. Os dados da Associação da Indústria Química indicam que este setor utiliza 15% do gás, sendo ele o maior consumidor do país.
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As ações da Uniper, a principal importadora de gás natural russo, caíram em 30 de junho após as restrições ao volume de gás fornecido à Alemanha pela empresa estatal russa Gazprom, relatando lucros que estavam "significativamente abaixo" dos anos anteriores. Na sexta-feira (8), a holding finlandesa Fortum pediu ajuda a Berlim diante da "extrema pressão financeira".
"A Uniper tem sido a [empresa] mais atingida pelo corte de gás russo e, como resultado, está sob extrema pressão financeira. Desde meados de junho, a Uniper recebeu apenas 40% dos volumes contratados da Rússia e teve que comprar quantidades de reposição no mercado a preços consideravelmente mais altos", comunicou ela.
No final de junho, a Alemanha ativou o segundo nível de seu plano nacional de emergência de gás, passando para a fase de alerta, depois que a Rússia reduziu suas entregas através do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte).
Autoridades de várias cidades da Alemanha já implementaram medidas para economizar, como em Augsburgo, onde anunciaram que deixarão de iluminar seus edifícios históricos à noite, reduzirão a iluminação das ruas e diminuirão a temperatura da água nas piscinas ao ar livre.
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