Panorama internacional

Suécia aceita abordagem da OTAN que armas nucleares são essenciais para defesa

A Suécia provocou controvérsia entre seus cidadãos ao aceitar, em uma carta pedindo para ser admitida na OTAN, o "papel essencial das armas nucleares" na abordagem da aliança para a defesa, tendo sido anteriormente um membro firme do Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Sputnik
Em uma carta de 5 de julho ao secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg, mas apenas agora publicada pela emissora SVT, a chanceler sueca Ann Linde confirmou formalmente o "interesse de nosso governo em receber um convite para a Suécia entrar no Tratado do Atlântico Norte de 1949".
"A Suécia aceita a abordagem da OTAN a segurança e defesa, incluindo o papel essencial das armas nucleares", escreveu Linde. Ela também prometeu que seu país "participará plenamente da estrutura militar da OTAN e dos processos de planejamento de defesa coletiva", se comprometendo com "forças e capacidades para toda a gama de missões da OTAN".
Estocolmo também concordou em contribuir com o orçamento da Aliança Atlântica fixado em 1,9%, que, de acordo com William Alberque, do Instituto de Estudos Estratégicos, corresponderia a US$ 66 milhões (R$ 358 milhões).
No entanto, a cláusula relativa às armas nucleares desencadeou um alarme entre os críticos da OTAN e aqueles que veem uma possível inconsistência entre a adesão ao bloco e a crença histórica da Suécia no desarmamento nuclear.
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Todos os planos de armamento nuclear sueco foram descartados em 1968, quando a Suécia assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Em 1972, os últimos remanescentes de um plano para armas nucleares foram interrompidos quando o Instituto de Pesquisa de Defesa Nacional parou de fazer experimentos com plutônio.
Em 2019, a Suécia lançou a Iniciativa de Estocolmo para o Desarmamento Nuclear, pela qual 16 nações não nucleares buscaram, entre outras coisas, "diminuir o papel das armas nucleares nas políticas e doutrinas de segurança".

"Em outras palavras, a Suécia agora está preparada para participar do uso de armas nucleares", escreveu no Twitter Beatrice Fihn, diretora-executiva da Campanha Internacional pela Abolição das Armas Nucleares, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2017.

O político sueco Amineh Kakabaveh, cujo apoio foi essencial para garantir o cargo de primeiro-ministra da atual líder da Suécia, Magdalena Andersson, lembrou aos apiadores que em 18 de maio deste ano, Andersson anunciou que a Suécia, assim como a Noruega e a Dinamarca, declarará claramente que não quer armas nucleares ou bases permanentes da OTAN em seu território e perguntou o que tinha causado tal reviravolta.
Em meados de maio, três meses após o conflito na Ucrânia intensificar-se, Finlândia e Suécia apresentaram suas solicitações à adesão à OTAN, efetivamente abandonando décadas de não alinhamento e citando uma mudança na situação de segurança na Europa. Após terem resolvido discordâncias com Ancara, ambos os países nórdicos foram formalmente convidados para a aliança.
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