As declarações de John Bolton, ex-assessor de Segurança Nacional do presidente dos EUA (2018-2019), de que esteve envolvido na organização de golpes no exterior, precisam ser discutidas, disse Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, à Rádio Sputnik.
Em uma entrevista na sexta-feira (8) à emissora CNN, Bolton discordou da declaração de Jake Tapper, apresentador da mídia, que "não é preciso ser brilhante para tentar um golpe" de Estado, em referência às investigações oficiais da suposta tentativa de Donald Trump, então presidente dos EUA, ter tentado invalidar em 6 de janeiro de 2021 os resultados das eleições presidenciais de novembro de 2020 no país, e que levariam à posse de Joe Biden em 20 de janeiro desse ano.
"Eu não concordo com isso. Como alguém que ajudou a planejar golpes de Estado, não aqui, mas sabe, em outros lugares, isso é algo que exige muito trabalho", segundo Bolton. Apesar de ele não querer "entrar nos pontos específicos disso", ele se referia ao exemplo da Venezuela.
"Isso não teve sucesso, embora não tenhamos tido grande influência nisso, mas vi o que isso precisava, para uma oposição tentar derrubar um presidente eleito ilegalmente, e eles falharam", afirmou ele sobre a tentativa de 2019 de depor o mandatário venezuelano Nicolás Maduro.
Reação da representante do MRE russo
Zakharova observou que esta foi a primeira vez que um alto funcionário dos EUA falou diretamente de tais atividades.
"Mais uma vez, não apoiando, como costumavam dizer, as 'forças democráticas', não promovendo a democracia, o pluralismo e assim por diante. No entanto, não consigo me lembrar de uma pessoa que esteve no poder por anos e sob vários presidentes dizer de forma tão aberta e descarada que esteve envolvida no planejamento de golpes de Estado no exterior", disse.
Para ela, isso requer uma reação e uma análise mais profundas, "porque é importante saber em que outras partes do mundo os EUA estavam planejando um golpe de Estado".