Ciência e sociedade

Repórter da Sputnik visita zona da operação russa: vida em Donbass volta ao normal

Uma correspondente da Sputnik Turquia visitou Donbass para ver os resultados da operação militar especial da Rússia na região.
Sputnik
"O resultado da operação militar especial para as repúblicas populares de Lugansk e Donetsk, que saíram do controle do poder central após o golpe de Estado de 2014 em Kiev, foi a obtenção das fronteiras constitucionais que elas aguardaram ao longo de oito anos", relata a jornalista.
Em 2018 a correspondente já tinha visitado as repúblicas, mas naquela época existiam apenas certas seções dessas fronteiras. Agora ela observa o desenvolvimento dos eventos em circunstâncias diferentes: ante a operação especial da Rússia.
Durante sua visita em 2018, relembra a jornalista, a população russófona, que constitui ao menos 30% da população total da Ucrânia, falava abertamente que eles aguardavam muito pela chegada do Exército russo.
Agora suas expectativas concretizaram-se, mas "com o alto custo causado pelo confronto com os elementos ultranacionalistas e neonazistas que se enraizaram no Exército ucraniano ao longo de oito anos".
A correspondente da Sputnik chegou a Donbass junto com um numeroso grupo de jornalistas internacionais no quadro de uma turnê de imprensa organizada pelo Ministério da Defesa da Rússia. Ante a censura e o regime de sanções severas por parte do Ocidente, a Rússia e as repúblicas convidaram os jornalistas ocidentais para cobrirem a situação no terreno. Aos representantes dos veículos Die Ziet e Le Figaro foi permitido participar da turnê, enquanto a atividade da mídia russa está proibida em países como a Alemanha, França e Países Baixos.

'Para mim, a Ucrânia morreu'

Vale mencionar especialmente os esforços das milícias populares da RPD e RPL para normalizar a vida nos territórios tomados sob controle. Ao mesmo tempo, eles continuam a ofensiva na região junto com as tropas russas.
Há três semanas, as forças russas e a Milícia Popular da RPL tomaram Severodonetsk. Ao atingir a pequena cidade com medidas de segurança reforçadas, o grupo da Sputnik viu o enorme dano na região: foram danificados prédios, lojas, jardins de infância e pontes que se encontravam na "linha de defesa" criada pelos nacionalistas através da implantação em áreas residenciais de sistemas americanos NLAW e Javelin e italianos Milan.
Carro queimando em Severodonetsk, na zona da operação especial russa em Donbass
Os moradores de Severodonetsk contaram também sobre a tática dos ultranacionalistas ucranianos.

Assim, de acordo com as palavras de uma moradora, "os nacionalistas consideram que são deuses e tratam a população russa como escória humana [...] Após essa tragédia para mim a Ucrânia já não existe. Para mim ela morreu. Só existem os russos".

A mulher ressalta que após as forças conjuntas da Rússia e Lugansk terem chegado, a vida começa gradualmente a melhorar: "Agora é seguro em todos os lugares. Certamente, existem alguns problemas, mas recebemos toda a ajuda. Não há eletricidade, mas [as forças russas] trazem geradores e mantêm o fornecimento da eletricidade. Fornecem produtos alimentícios e água. Funciona a comunicação celular. O serviço médico é bom, os hospitais e clínicas estão abertos. A medicina é de graça, não tem que pagar por nada", contou a moradora.

Museu da OTAN em Lisichansk

Em Lisichansk, cidade a dez quilômetros de Severodonetsk tomada pelas forças da aliança da Rússia e RPL uma semana atrás, a situação é melhor. Um grande papel nisso é desempenhado pelo fato de os nacionalistas ucranianos terem entendido, após as severas hostilidades em Severodonetsk, que não conseguiriam resistir e abandonaram Lisichansk.
As forças aliadas prosseguem com a distribuição de ajuda humanitária à população local e estão realizando trabalhos de desminagem.
Em uma das ruas centrais da cidade é exibido equipamento militar e armas do Exército da Ucrânia e dos batalhões nacionalistas capturados como troféus. É praticamente um museu de armas da OTAN ao ar livre: tanques, blindados e lançadores de mísseis entregues pela OTAN à Ucrânia.
Todas as armas estão em boas condições e vão ser usadas pelos exércitos da Rússia e de seus aliados das repúblicas de Donetsk e Lugansk.
Entretanto, as forças ucranianas continuam realizando ataques maciços contra Donbass por meio dos sistemas de foguetes adquiridos dos países-membros da OTAN.
Casa residencial destruída em Severodonetsk

Novo hospital em Lugansk

As condições de vida em Lugansk também não são fáceis, contudo, estão crescendo os investimentos na infraestrutura da cidade. Um hospital, cujos alicerces tinham sido lançados há três semanas, está sendo construído a um ritmo rápido.
O projeto, elaborado durante a pandemia do coronavírus e realizado com assistência russa, será o primeiro hospital multifuncional na região, com 200 leitos.
O chefe da RPL, Leonid Pasechnik, ressaltou durante a visita à obra que antes a república não tinha um hospital de doenças infecciosas e notou que a instalação será concluída e colocada em funcionamento em um prazo curto.

Mariupol volta à vida pacífica

O processo de restabelecimento da vida pacífica em Severodonetsk e Lisichansk só começou agora, enquanto em Mariupol a restauração da infraestrutura urbana está em pleno andamento. Constroem-se novos prédios nos locais onde os anteriores ficaram destruídos. Os apartamentos em edifícios de cinco andares serão entregues gratuitamente a quem perdeu suas casas. O projeto se iniciou em junho sob patrocínio do Ministério da Defesa russo.
No total, planeja-se construir 1.011 casas residenciais para mais de 9.000 residentes. Além disso, existem mais 12 projetos comerciais e não comerciais de construção de instalações de importância social, programados para serem realizados até outubro ou novembro deste ano.
O Ministério da Defesa da Rússia também está construindo o primeiro hospital multifuncional de 60 leitos em Mariupol.

Trabalhos de desminagem do território

A parte mais perigosa da normalização da vida nas repúblicas de Donetsk e Lugansk, feita com apoio da Rússia, é a detecção e neutralização das minas colocadas pelo Exército ucraniano.
Diariamente são desativadas cerca de 400 minas. O comandante da unidade de desminagem do Centro Antiminas Internacional, Aleksandr Gromov, confirmou que as missões serão realizadas até a neutralização total das minas.
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