"Alguns países se sairão melhor do que outros", explicou van Beurden, "mas todos enfrentaremos uma escalada muito significativa nos preços da energia".
Segundo ele, o problema está na deterioração das relações entre a Rússia e maior parte da Europa. A Europa continental recebe cerca de 40% do seu fornecimento de energia da Rússia.
Enquanto o Reino Unido recebe muito menos, em torno de 4%, as perturbações nos mercados globais da energia vão sem dúvida fazer os preços subir também aí.
O gasoduto Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1), que vai da Rússia através do mar Báltico até a Alemanha, está complicando ainda mais as coisas, já que foi desligado para trabalhos de manutenção que continuarão por cerca de 10 dias, mas muitos temem que ele não seja ligado novamente.
Se isso acontecer, a Europa terá dificuldade em cumprir os seus objetivos energéticos. A União Europeia pretende preencher com gás 80% de suas capacidades de armazenamento até novembro, mas sem reabertura do gasoduto essa meta parece improvável de ser alcançada. Atualmente o armazenamento está nos 62,6%.
As autoridades e líderes em toda a Europa já estão aconselhando os seus cidadãos para se prepararem para tempos difíceis.
Os preços de petróleo bruto já aumentaram consideravelmente, subindo 48,41% desde o início deste ano, enquanto o gás natural subiu mais de 98% desde 3 de janeiro, com o CEO da Shell alertando para o fato que a Europa terá um inverno difícil, escreve Reuters.