O rebocador espacial não tripulado Zevs (Zeus em russo), atualmente em desenvolvimento na Rússia, deverá transportar uma estação espacial interestelar aos planetas do Sistema Solar, disse Dmitry Rogozin, chefe da agência espacial russa Roscosmos, à Sputnik.
"Estamos atualmente discutindo a viabilidade de transportar a tripulação, ao ponto em que chegará o rebocador, usando motores químicos convencionais, em um foguete de classe superpesada. Assim, as pessoas não terão que sofrer voando nesse rebocador durante um ano. Ou seja, basicamente, se você quer alcançar um trem, você tem que pegar um avião", apontou ele sobre o dispositivo, que é movido a energia nuclear.
Rogozin explicou que as tripulações ficariam mais confortáveis viajando à estação separadamente por "meios tradicionais" até que sejam desenvolvidos motores mais potentes do que os que são planejados para uso no Zevs.
O ex-chefe da Roscosmos acrescentou que o trecho de frenagem do rebocador espacial seria tão longo quanto o de aceleração, tornando a estação empurrada pelo rebocador espacial mais eficaz para voos a planetas distantes do que para a Lua.
A Corporação de Foguetes Espacial (RKK, na sigla em russo) Energia está preparando um projeto preliminar da Estação de Serviço Orbital Russa (ROSS, na sigla em russo), que se espera ser concluído no terceiro trimestre de 2023, depois do que se seguirá a elaboração da documentação do projeto. Espera-se que a estação seja colocada em uma órbita de alta latitude com uma inclinação de 96-98 graus para garantir uma maior escala de observação da superfície terrestre que no caso da Estação Espacial Internacional.
O rebocador está em desenvolvimento desde 2010. A fase preliminar da espaçonave deverá estar concluída até julho de 2024 e enviada ao espaço para voos de teste em 2030, com um custo estimado de 4,2 bilhões de rublos (R$ 391,6 milhões).
A primeira missão do Zevs a Júpiter deverá levar 50 meses, durando de 2030 a 2034. O Zevs e o módulo de carga útil serão lançados em órbita a partir do cosmódromo Vostochny em veículos de lançamento separados. Eles atracarão, viajarão para a Lua, orbitarão em torno dela e retornarão à Terra. Depois disso, outro módulo de carga será atracado a Zeus, a estação voará para Vênus, fará uma manobra gravitacional e seguirá para os satélites de Júpiter. A missão será totalmente automática.