"A maior mudança geopolítica deste século virá da China e não da Rússia. Estamos chegando ao fim do domínio político e econômico ocidental. O mundo será pelo menos bipolar e possivelmente multipolar", afirmou o político no sábado (16) em seu discurso durante uma conferência anual organizada pela Fundação Ditchley.
Blair ressaltou ainda que se trata da "primeira vez na história moderna que o Oriente pode estar em pé de igualdade com o Ocidente".
Tony Blair rotulou a China "a segunda superpotência do mundo". Na sua opinião, o presidente chinês Xi Jinping não faz segredo de "seu desdém pela 'decadência' ocidental" e de suas ambições para retomar o controle de Pequim sobre Taiwan.
Assim, de acordo com suas palavras, a China liderada por Xi está lutando pela influência e faz isso de forma "agressiva". Nesta competição, salienta Blair, a China não estará sozinha: terá aliados como a Rússia e, talvez, o Irã.
O ex-líder do Partido Trabalhista diz ser a favor da política em relação à China, que ele chama de "força + envolvimento". Segundo ele, é necessário "ser forte o suficiente" para lidar com o que a futura posição de Pequim traga, mas ao mesmo tempo não se deve buscar um corte total ou encerrar linhas de interação ou cooperação com o país asiático.
Blair opinou que o Ocidente deve aumentar as despesas para defesa e manter a superioridade militar. Além disso, ressaltou a importância do poder brando.
"Os EUA têm ainda, de longe, os maiores e mais bem equipados militares do mundo. Mas eles, e nós, devemos ser superiores o suficiente para atender a qualquer eventualidade ou tipo de conflito e em todas as áreas", resumiu.