Em entrevista à rádio Exitosa, Chero afirmou que o governo espera que a nova mesa diretora do Congresso, que será eleita na próxima semana, consiga reestabelecer o diálogo político para garantir a governabilidade do país.
Quando questionado sobre uma possível recomendação do Ministério da Justiça para a adoção de uma medida constitucional que promova o fechamento do Congresso, Chero disse que o ideal seria não levá-la adiante, mas indicou que não a descarta.
"Acredito que fechar o Congresso ou lançar um míssil de questão de confiança vai gerar mais confronto. No entanto, é legítimo e constitucional que se faça", afirmou o ministro.
"Eu confio que na recomposição da mesa diretora estarão parlamentares que possam gerar uma linha de consenso, que possam dialogar e construir um projeto de governo em conjunto entre Executivo e Legislativo. Caso contrário, [essas medidas] serão avaliadas no momento certo. Não descartamos essa possibilidade", declarou Chero.
O ministro da Justiça, Félix Chero, disse confiar que a nova mesa diretora do Parlamento aposte no diálogo e no consenso com o Executivo. "Caso contrário, será avaliado (o fechamento do Congresso) no momento certo. Não descartamos essa possibilidade", assegurou.
A declaração sacudiu a política peruana. Parlamentares do partido de oposição Renovação Popular já se articulam para apresentar uma moção de censura para derrubar o ministro.
Diante da polêmica, Chero foi às redes reforçar que o que está se discutindo é uma saída constitucional para a crise.
Respeitando a Constituição e as instituições democráticas, devo esclarecer que minhas declarações se referiam à autorização constitucional do procedimento de voto de confiança. Nunca ofendi o Congresso ou qualquer poder do Estado.
O governo de Pedro Castillo completa um ano no próximo dia 28. Esse período foi repleto de turbulências políticas. Oposicionistas já se mobilizaram no Congresso para tentar derrubar o mandatário, que tem conseguido se manter no posto apesar da frágil base parlamentar.
O ministro Aníbal Torres, presidente do Conselho de Ministros, fez um comentário sobre isso nesta segunda-feira (18).
"Já fizeram de tudo para dar um golpe de Estado e fracassaram uma e outra vez. Não continuem no mesmo caminho, vamos nos tratar como irmãos e trabalhar pelo Peru", afirmou Torres.