Os analistas da companhia avaliam que a forte onda de calor que atinge a região impedirá a Europa de reconstruir suas reservas de gás antes do inverno. Devido aos recordes de temperatura no continente, os níveis de armazenamento do combustível permanecem abaixo do normal para esta época do ano, diz a empresa.
"Nossos cenários atualizados indicam que a Europa provavelmente chegará à tempestade muito mais cedo do que se pensava anteriormente e que a região estará despreparada para o caos que ela trará", afirmou a Rystad Energy, em nota, na última segunda-feira (18).
Embora contribua para a produção de energia solar, a elevação da temperatura no continente também leva ao crescimento da demanda por resfriamento, provocando o aumento dos preços globais do gás natural liquefeito (GNL).
"A incerteza em torno do fornecimento de gás à Europa está tendo um impacto direto nos preços da energia. O fornecimento de gás altamente volátil fez com que os preços da energia na Europa oscilassem muito mais descontroladamente do que antes", disse a empresa.
Especialistas ligam a onda de calor na Europa ao aquecimento global e ao efeito estufa, alertando para o aumento de incêndios florestais, já registados na França, em Portugal, na Espanha e na Grécia nos últimos dias.
Em meados de junho, a empresa de energia russa Gazprom reduziu o fornecimento de gás via Nord Stream devido ao atraso no reparo de uma turbina alemã da Siemens.
Apesar das sanções ocidentais impostas à Rússia, o Canadá concordou em permitir o retorno da peça e a enviou para a Alemanha no último domingo (17). A demora para realizar o reparo ganhou destaque nas últimas semanas.
A turbina, que retorna para a estação de compressão de Portovaya, na Rússia, é crucial para o funcionamento do gasoduto. Sem ela, o Nord Stream não é capaz de operar com plena capacidade. O gasoduto é a principal rota de fornecimento do gás russo à Europa.