O ministro libanês de Obras Públicas e Transportes, Ali Hamie, afiliado ao Hezbollah segundo o The Times of Israel, pediu ontem (18) que um túnel ferroviário em Rosh Hanikra, em Israel, fosse entregue ao governo libanês.
"Nossos direitos soberanos estão em nossa decisão de restaurar cada centímetro do túnel ocupado, sem comprometer nossa decisão de restaurar nossas fronteiras terrestres e marítimas também", disse Hamieh citado pela mídia.
Segundo o jornal, os comentários de Hamieh foram vistos como um esforço para dificultar as negociações entre Israel e o Líbano visando resolver sua disputada fronteira marítima e a questão de quem tem direitos a lucrativos campos de gás offshore.
Cavado em 1941 pelos governantes britânicos, o túnel de 695 metros de comprimento fazia parte de um sistema ferroviário que ligava o Egito à Turquia, passando pelo Mandato Britânico da Palestina e Líbano.
Está fechado desde a Guerra da Independência de Israel em 1948. Em 2000, quando Israel saiu do sul do Líbano, encheu a saída libanesa com concreto enquanto o túnel permaneceu sob controle israelense como uma zona militar fechada.
O ministro também exigiu que a barreira de concreto fosse derrubada.
Embora Beirute não tenham feito nenhuma exigência sobre o túnel por muitos anos, o assunto foi previamente levantado pela equipe de negociação libanesa nas negociações marítimas, diz um relatório lido pelo jornal.
O documento afirma que o Hezbollah vê o túnel como uma forma de ganhar vantagem nas negociações. No entanto, os oponentes políticos ao grupo em na capital libanesa estão alegando que a demanda é apenas uma distração destinada a complicar as negociações marítimas.