Ciência e sociedade

'Polícia astronômica' descobre pela 1ª vez um buraco negro adormecido

O Telescópio Muito Grande do Observatório Europeu do Sul acabou a descobrir o primeiro buraco negro "adormecido", segundo relata um artigo publicado na segunda-feira (19) na revista Nature Astronomy.
Sputnik
Buracos negros dormentes de massa estelar se formam quando estrelas massivas chegam ao fim de suas vidas. Embora sejam considerados bastante comuns, eles são difíceis de detectar porque, ao contrário dos buracos negros regulares, eles não emitem altos níveis de radiação de raios X.
O novo buraco negro é chamado de VFTS 243 e tem massa nove vezes maior que a do nosso Sol. Ele orbita uma estrela azul quente pesando 25 vezes a massa solar, o que o torna um sistema binário.
Os astrônomos observaram primeiro 1.000 estrelas massivas na região da Nebulosa da Tarântula da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia perto da nossa própria Via Láctea.
Primeiramente, os pesquisadores identificaram buracos negros que faziam parte de sistemas binários, estrelas que se movem em torno de outro corpo cósmico. Em seguida, eles olharam para onde "o companheiro" não estava visível.
A parte principal da análise é a eliminação. "O que pode pesar nove massas solares e não emitir nenhuma luz? Um buraco negro é a única possibilidade que nos resta", disse um dos autores do estudo, Tomer Shenar, da Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos.
"Pode haver mais lá, mas só para este pudemos mostrar inequivocamente a presença de um buraco negro", acrescentou o cientista.
Alguns dos autores são conhecidos como a "polícia de buracos negros", porque eles têm desmascarado outras "descobertas" do que se acreditava serem buracos negros. O artigo observa que dez descobertas de buracos negros em sistemas binários são contestadas, mas os pesquisadores confiam que o VFTS 243 não é um alarme falso.
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