"A retomada das entregas através do Nord Stream pode levar em breve a uma significativa redução dos preços no mercado de gás europeu", afirmou o especialista.
Além disso, para a diminuição das cotações de gás poderia contribuir o lançamento de novos ativos do gás natural liquefeito (GNL), por exemplo, dos campos de gás Tangguh LNG na Indonésia e Coral South FLNG em Moçambique, acrescentou o interlocutor da agência, especificando que notícias sobre o atraso de sua entrada em operação acelerariam o crescimento dos preços.
As cotações nas bolsas europeias iniciaram um crescimento estável desde 13 de junho. O preço estimado dos futuros mais próximos – primeiro para julho e depois para agosto – subiu abruptamente de US$ 900 (R$ 4.893) para mais de US$ 1.300 (R$ 7.068) em alguns dias e, depois de um pequeno declínio, voltou a subir, até US$ 1.900 (R$ 10.331), conforme mostram os dados da bolsa ICE.
"Os fatores mais importantes que têm condicionado o crescimento estável dos preços no mercado europeu a partir dos meados de junho são o acidente na fábrica Freeport [no Arizona, EUA], a redução significativa das entregas pelo Nord Stream, resultante do atraso no regresso da turbina do gasoduto das obras de reparação, bem como a posterior parada no bombeamento devido à realização da manutenção técnica programada", explicou o analista.
Porém, na semana passada as cotações voltaram a descer, e na sexta-feira (15) o preço caiu até quase US$ 1.650 (R$ 8.972). Isso pode estar associado aos desvios de curto prazo no equilíbrio do mercado e "recuperação" da anterior alta nos preços.
Igualmente não se descarta que a redução dos preços possa ter sido afetada pelas notícias do retorno da turbina do Nord Stream à Rússia desde o Canadá. Teoricamente isso pode resultar no aumento do suprimento pelo gasoduto até o nível do volume planejado: quase 170 milhões de metros cúbicos por dia, no entanto, ainda não é certo se a Gazprom aumentará ou não as entregas após a turbina ser devolvida.