A Rússia cortou o fornecimento do Nord Stream 1 para a UE e colocou o gasoduto em manutenção neste mês, depois que o Canadá se recusou a devolver uma turbina reparada à Gazprom.
A manutenção deve terminar na quinta-feira (21), mas a Comissão Europeia anunciou que
estava se preparando para o pior cenário possível, de um corte de gás integral
no caso de o gasoduto não reiniciar a operação.
Ernst, professor do Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação da Universidade de Liège, na Bélgica, sugeriu que o braço executivo da UE quer estimular os Estados-membros a se prepararem para o racionamento de energia neste inverno.
Ernst alertou que a UE não seria capaz de substituir totalmente as entregas russas via Nord Stream 1 nos próximos anos.
O bloco precisaria ainda montar uma infraestrutura de gás natural liquefeito (GNL), construindo terminais e centenas de ramais transportadores, além de investir na extração nos países produtores.
Enquanto isso, os preços proibitivos não permitirão que ela dependa dos mercados de pagamento imediato.
A Alemanha, por exemplo, não possui terminais de GNL, e suas reservas caíram em junho, apesar dos esforços para reduzir o consumo.
A gigante de energia alemã Uniper ativou sua última linha de crédito, no valor de US$ 2 bilhões (R$ 10,8 bilhões), aguardando um plano de resgate do Estado para compensar as quedas no gás russo.
Em 24 de fevereiro,
a Rússia lançou uma operação militar na Ucrânia depois que as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL)
pediram ajuda para se defenderem das forças ucranianas.
O Ministério da Defesa da Rússia informou que a população civil não está em perigo e que as Forças Armadas do país miram apenas a infraestrutura militar ucraniana.
Em resposta,
os Estados Unidos e seus aliados lançaram sanções abrangentes contra a Rússia e aumentaram a assistência militar à Ucrânia, enviando também armas letais. Moscou tem alertado repetidamente seus pares ocidentais
contra a provocação de uma guerra maior.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que quaisquer remessas para a Ucrânia contendo armas letais podem ser tratadas como um alvo legítimo.
Dmitry Peskov, porta-voz de Vladimir Putin, presidente da Rússia, ecoou essas declarações, acrescentando que o fluxo contínuo de armas ocidentais dirigidas à Ucrânia está dificultando o processo de negociação.