O presidente italiano, Sergio Mattarella, dissolveu o Parlamento convocando eleições antecipadas, poucas horas depois de aceitar a renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi.
"O Presidente da República, Sergio Mattarella, ouvido os presidentes das duas câmaras do Parlamento, nos termos do Artigo 88 da Constituição, assinou um decreto dissolvendo o Senado da República e a Câmara dos Deputados, que foi assinado por o presidente do Conselho de Ministros", dizia um comunicado do gabinete presidencial.
Mattarella disse que não há perspectivas para a formação de uma nova maioria, chamando sua decisão de inevitável.
"A situação política levou a esta decisão", disse o presidente em um discurso televisionado. "A dissolução antecipada das câmaras é sempre a última decisão, especialmente se, como neste momento, houver obrigações importantes das câmaras que precisam ser cumpridas."
As eleições devem ser realizadas no prazo de 70 dias após a dissolução do Parlamento.
Draghi apresentou sua renúncia a Mattarella na manhã desta quinta-feira (21), depois que os principais aliados da coalizão - Forza Italia, Liga e Movimento Cinco Estrelas - boicotaram um voto de confiança e se recusaram a deixar de lado suas queixas para continuar trabalhando juntos.
O primeiro-ministro anunciou sua intenção de renunciar na semana passada, depois de perder o apoio do Movimento Cinco Estrelas, parceiro de sua coalizão de 17 meses, no entanto, Mattarella rejeitou sua oferta de renúncia naquele momento. Desta vez, ele "tomou ciência" e pediu a Draghi que atuasse como primeiro-ministro interino até que um sucessor fosse eleito.
O presidente Mattarella convocou Draghi, ex-chefe do Banco Central Europeu, para formar um governo de unidade nacional no início de 2021, para orientar o país em sua recuperação econômica em meio à pandemia de COVID-19.