Panorama internacional

Subacordo do AUKUS pode envolver transferência de toneladas de material nuclear militar, diz mídia

China divulga relatório de pesquisa sobre riscos de proliferação nuclear causados pela colaboração em submarinos do AUKUS.
Sputnik
Na quarta-feira (20), a China divulgou um relatório intitulado "O Risco de Proliferação Nuclear da Colaboração em Submarinos de Propulsão Nuclear no Contexto do AUKUS", o primeiro relatório publicado por institutos acadêmicos chineses para analisar os riscos de proliferação nuclear causados pela colaboração em submarinos de propulsão nuclear do AUKUS.
De acordo com o Global Times, especialistas alertaram que os oito submarinos movidos a energia nuclear, que vão ser fornecidos pelos EUA e o Reino Unido à Austrália, implicam na transferência de toneladas de material nuclear de grau de armamento, o suficiente para fabricar quase uma centena de armas nucleares.
Lançado em conjunto pela Associação de Controle de Armas e Desarmamento da China (CACDA, na sigla em inglês) e o Instituto de Estratégia da Indústria Nuclear da China (CINIS, na sigla em inglês), o relatório diz que a colaboração em submarinos de propulsão nuclear do AUKUS violou seriamente o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
A proposta de colaboração do AUKUS – uma aliança política e militar formada por EUA, Reino Unido e Austrália – além de simbolizar potenciais riscos nucleares, enfraquece o regime internacional de controle de exportação de mísseis existente devido à transferência de mísseis de cruzeiro Tomahawk, de acordo com o relatório.
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O Tomahawk é uma arma ofensiva com capacidade nuclear desenvolvida pelos EUA. A colaboração, no entanto, vai envolver a versão mais recente do Tomahawk, com alcance de 1.700 km, ultrapassando em muito o limite máximo do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR, na sigla em inglês), apesar de EUA, Reino Unido e Austrália serem membros e grandes defensores do MTCR.
De acordo com o presidente da CACDA, Zhang Yan, o AUKUS envolve uma questão importante e altamente sensível, que é a transferência de material nuclear de grau de armamento.
Segundo os analistas que falaram à mídia chinesa, a colaboração do AUKUS vai prejudicar o equilíbrio estratégico global e a estabilidade, aumentando as tensões geopolíticas e levando a região da Ásia-Pacífico a um caminho de confronto e divisão.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse que os EUA, o Reino Unido e a Austrália devem responder às preocupações da comunidade internacional, cumprir as obrigações internacionais de não proliferação nuclear e cancelar a decisão errada para a colaboração em submarinos movidos a energia nuclear.
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